As práticas de phishing, modalidade de golpe virtual em que criminosos fingem ser pessoas ou empresas conhecidas para roubar dados das vítimas e usá-los para cometer fraudes financeiras, têm se sofisticado e segmentado de maneiras surpreendentes, exigindo cada vez mais cuidado e atenção dos usuários brasileiros.
No meio acadêmico, por exemplo, tem se disseminado um tipo específico desse ataque, como no caso relatado pelo site Café História na última sexta-feira (4), que ilustra como a fraude pode atingir alvos particulares, como professores universitários, de uma forma difícil de ser imediatamente identificada.
Docentes do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB) receberam um e-mail, com foto e assinatura de uma colega aposentada, convidando-os a uma oportunidade de prestar serviços para a realização de concursos e vestibulares. A mensagem, que detalhava valores, datas e horários relativos aos cargos ofertados, trazia ainda o logotipo da instituição, telefone de contato e link para o currículo da professora na plataforma Lattes, além de se dirigir nominalmente aos membros do departamento. A tentativa de phishing só pôde ser constatada por detalhes que poderiam passar despercebidos, como o endereço de e-mail do remetente, que trazia o sobrenome da docente com uma letra diferente de sua grafia na realidade.
Várias outras universidades do país, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), têm denunciado golpes semelhantes, aos quais vêm sendo expostas especialmente com a expansão do regime de trabalho a distância no segmento.
De acordo com pesquisa realizada pela empresa de segurança cibernética Kaspersky, o Brasil foi líder mundial em phishing no ano passado: um a cada oito brasileiros sofreram tentativas de ataques do tipo entre abril e junho de 2020.
Os especialistas orientam os usuários a desconfiarem de mensagens urgentes que ofereçam benefícios e solicitem informações pessoais, além de não respondê-las ou encaminhá-las a outros. No caso dos professores, é aconselhado repassá-las ao setor de tecnologia e segurança das universidades.
(com informações de Café História)