A montadora General Motors suspenderá os contratos de até 1.200 funcionários de sua fábrica em São José dos Campos (SP) e reduzirá de dois para um turno a equipe responsável pela produção da picape S10. Em nota, a empresa explica que o chamado lay-off será adotado por causa da falta de semicondutores, grande problema que tem afetado a cadeia de suprimentos da indústria automotiva em todo o mundo em meio à pandemia da Covid-19.
Muitas companhias do setor haviam suspendido encomendas desses materiais durante o período em que fecharam as portas no ano passado, e quando retomaram o ritmo de produção seus fornecedores estavam concentrados em atender à alta demanda da área de aparelhos eletrônicos, impulsionada pelo home office e as medidas de distanciamento social. A distribuição dos semicondutores, feita por aviões convencionais, também foi prejudicada.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, o lay-off deve durar de dois a cinco meses, e a entidade discute as condições da suspensão com a GM, buscando amenizar o impacto sobre os trabalhadores.
A empresa é a quarta do segmento no país a determinar lay-off nas últimas semanas pelo mesmo motivo; Volkswagen, Fiat e Renault adotaram medidas semelhantes para profissionais de suas unidades em São Bernardo do Campo (SP), Betim (MG) e São José dos Pinhais (PR), respectivamente.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 280 mil veículos devem deixar de ser produzidos no Brasil por causa da chamada crise dos chips, que deve se prolongar até pelo menos meados de 2022.
(com Estadão Conteúdo)