Gestão humanizada em favor dos negócios
O objetivo é encontrar o encaixe entre essas demandas que parecem se distanciar, principalmente quando o assunto é gerenciamento pessoal
A sociedade vive uma realidade que, a princípio, parece contraditória. É o ápice da era digital, da tecnologia e das “empresas cérebro”, aquelas que possuem milhares de funcionários, espalhados pelos vários cantos do mundo e sempre conectados. Por outro lado, é também a era do foco na pessoa, da experiência, do atendimento diferenciado e da valorização das relações humanas.
A tecnologia é utilizada, mas lida-se diariamente, acima de tudo, com sentimentos e expectativas. Nunca se falou tanto, no meio corporativo, da necessidade da empatia, da genuinidade, de surpreender.
O objetivo é encontrar o encaixe entre essas demandas que parecem se distanciar, principalmente quando o assunto é gerenciamento pessoal. E só uma gestão humanizada promove o alinhamento entre três fatores fundamentais para fazer negócios rentáveis: pessoas, tecnologias e resultados.
Empregados e funcionários se tornaram colaboradores e parceiros. Eles buscam nas empresas um lugar onde podem ser produtivos, conectados e informados, reconhecidos, além de estarem em constante evolução, precisam se ver e sentir realmente úteis.
Esses profissionais buscam por um “algo mais” que ultrapassa o assunto remuneração. A possibilidade de atuar em um ambiente de negócios que valorize o relacionamento, o reconhecimento e o bem-estar e que tenha na tecnologia e no digital uma forma de aproximação entre pessoas é o que, afinal, gera resultados realmente significativos por parte dos colaboradores.
A verdade é que, para alcançar resultados, durante muitos anos, as pessoas precisaram se adaptar à tecnologia para aproveitá-las em sua totalidade. Apesar da facilidade e do aumento da produtividade indiscutíveis, as tecnologias ainda não atendiam às necessidades totais de quem as utilizava.
Com o passar dos anos e com as mudanças significativas no comportamento humano, as tecnologias é que passaram a se adaptar ao que as pessoas buscam, conversando em uma linguagem cada vez mais natural e pessoal.
Essa é justamente uma das tendências atuais apontadas pelo relatório Technology Vision 2017, elaborado pela Accenture. O estudo, que acompanha, anualmente, o desenvolvimento dos mercados da era digital no mundo todo, fez um levantamento com o tema “Tecnologia para as Pessoas – A Era da Empresa Inteligente”.
Entre os líderes digitais entrevistados, há o reconhecimento de que a tecnologia diminui o intervalo de cooperação entre os seres humanos e as máquinas, e que os comportamentos individuais do homem melhoram não só a qualidade da experiência, mas também a eficiência das soluções cibernéticas. É como se a tecnologia estivesse sendo moldada para ser mais humana, mais perto de atender às expectativas das pessoas e, logo, dos profissionais que fazem uma empresas.
E o que, exatamente, torna uma organização inteligente e gerencialmente humanizada é o reconhecimento de que as pessoas são as responsáveis pela geração de resultados e pelo fechamento de negócios financeiramente sustentáveis por meio da tecnologia. E não o contrário disso. Essa é a diferenciação entre a velha e a nova mentalidade de quem está à frente de um negócio hoje.
Gerir humanamente uma equipe e conciliar máquinas, robôs e tecnologias com a emoção e as expectativas que são características marcantes do ser humano, especialmente do colaborador, é ter a percepção de que ambas as situações não são contraditórias, mas se completam em um mercado que está em constante evolução.
Rafael Dantas – Superintendente da Amcham Belo Horizonte