O e-commerce brasileiro segue crescendo em meio à pandemia da Covid-19. De acordo com dados do índice MCC-ENET, desenvolvido pela Neotrust | Movimento Compre & Confie, em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net), nos primeiros sete meses deste ano houve alta de 24,35% no faturamento e 15,76% nas vendas do setor.
“Os índices do MCC-ENET de Julho/21 mostram que o brasileiro já se habituou a realizar parte significativa de suas compras através do comércio eletrônico”, avalia Gastão Mattos, responsável pela Divisão de Varejo Online da camara-e.net, em nota. “Chegamos a 11% do consumo acumulado em 12 meses, no período que se encerrou em Junho/2021, feito através da Internet, um marco importante para o segmento, que poderá ser superado nos próximos meses, dada a tendência de aceleração das compras online”, complementa.
Vendas online
Ao observar as vendas online, comparando os meses de julho e junho, houve alta de 2,71%. Na composição regional, considerando a mesma comparação, os resultados foram: Nordeste (5,89%); Centro-Oeste (5,48%); Norte (3,00%); Sudeste (2,48%) e Sul (−0,89%).
Já no acumulado do ano, a configuração ficou da seguinte forma: Nordeste (34,26%); Centro-Oeste (33,66%); Norte (24,39%); Sul (18,94%) e Sudeste (9,46%).
Faturamento
O faturamento do setor também registrou uma ligeira variação positiva, quando os meses comparados foram julho e junho: 0,21%.
Usando a mesma base comparativa, por região, tem-se: Nordeste (2,02%); Centro-Oeste (0,22%); Sudeste (0,09%); Norte (−3,38%) e Sul (−0,95%).
E assim se apresentam os dados no acumulado do ano: Nordeste (40,16%); Centro-Oeste (36,64%); Sul (30,04%); Norte (24,17%); e Sudeste (17,60%).
Participação do e-commerce no comércio varejista
Em junho de 2021, o e-commerce representou 12,2% do comércio varejista restrito (exceto veículos, peças e materiais de construção). No acumulado dos últimos 12 meses, nota-se que essa participação corresponde a 11%. Vale destacar que tal indicador foi feito a partir da última Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgada no último dia 11.
Categorias
Em junho de 2021, a composição de compras realizadas pela internet, por segmento, ficou da seguinte forma: equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (43,1%); móveis e eletrodomésticos (27,8%); e tecidos, vestuário e calçados (10,1%). Na sequência, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (7,4%); outros artigos de usos pessoal e doméstico (5,8%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,4%); e, por último, livros, jornais, revistas e papelaria (2,4%). Esse indicador também utiliza a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE como base.
Consumidores Online
Outra métrica avaliada pelo MCC-ENET revela que, no trimestre de abril a junho de 2021, 18,5% dos internautas brasileiros realizaram ao menos uma compra online. Observa-se uma alta de 1,3 p.p. em relação ao trimestre anterior (17,2%). Já na comparação com o mesmo período em 2019 (10,1%), houve crescimento de 8,4 p.p.
Metodologia do MCC-ENET
Os índices mensais vêm da comparação dos dados do último mês vigente em relação ao período base (média de 2017). Para compor o índice, a Neotrust coleta 100% de todas as vendas reais de grande parte do mercado de e-commerce brasileiro, utilizando adicionalmente processos estatísticos para composição das informações do mercado total do comércio eletrônico brasileiro. Também são utilizadas informações dos indicadores econômicos nacionais do IBGE, IPEA e FGV.
São analisadas as seguintes variáveis: percentual nacional e regional de vendas online, faturamento do setor e tíquete médio, além da participação mensal do e-commerce no comércio varejista, crescimento do setor no varejo restrito e ampliado e a distribuição das vendas por categoria. A penetração de internautas que realizaram ao menos uma compra trimestralmente pela internet também está contemplada no índice.
Não estão contabilizados, porém, dados dos sites MercadoLivre, OLX e Webmotors, além do setor de viagens e turismo, anúncios e aplicativos de transportes e alimentação, pois ainda não são monitorados pela Neotrust.