A participação das micro e pequenas empresas no mercado internacional ainda está muito aquém do esperado, tendo em vista a representatividade dos pequenos negócios na economia brasileira, com participação em quase 30% do Produto Interno Bruto (PIB) e geração de quase 55% dos empregos formais. Nesta quarta-feira (28), durante a abertura do 12º Encontro Nacional de Comércio Exterior de Serviços (Enaserv), o presidente do Sebrae Nacional, Carlos Melles, destacou que a atuação das MPE no comércio internacional é considerada um dos grandes desafios para o segmento.
“O Brasil tem um potencial de oferta de serviços, sobretudo nas micro e pequenas empresas que são 99% das empresas brasileiras, mas ainda estamos engatinhando nas exportações. É um desafio permanente com perspectivas de uma amplitude formidável. Diante dessa crise, nosso foco é a retomada econômica dos pequenos negócios que são o motor deste país. Para isso, estamos buscando todos os ambientes de negócios possíveis, inclusive o mercado internacional”, declarou.
Durante o evento, o presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, ressaltou a importância do setor de serviços para o desenvolvimento do país. “Serviço é uma atividade invisível que sustenta uma economia visível”, disse. Segundo ele, as exportações de serviços do Brasil ainda é muito pequena, considerando que o país é o 12º PIB do mundo.
“Enquanto os EUA possuem um déficit gigantesco na conta de bens, mas tem um superávit gigantesco na conta de serviço, no Brasil é o contrário, temos um gigantesco superávit comercial graças as nossas commodities e temos um déficit na conta de serviços, que no final das contas é compensado por termos um mercado de peso no exterior”, apontou.
No entanto, ele avalia que a situação é reflexo das condições de um país que ainda está em desenvolvimento. “Tradicionalmente todos os países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, terão déficit na conta de serviços, pois têm que importar tecnologia e tudo aquilo que é indispensável para o crescimento de um país”, analisou.
Neste ano, o tema do 12º Enaserv foi “Tecnologia no comércio exterior de serviços”, em virtude do momento de transformação digital e do impacto das mudanças tecnológicas nas relações comerciais em todo o mundo. Ao longo do dia, foram realizados painéis com o objetivo de inserir as demandas do segmento de serviços na agenda governamental e, paralelamente, estimular seu desenvolvimento na iniciativa privada.
A programação do evento também teve a participação do Sebrae no painel “As pequenas empresas e a exportação de serviços”, apresentado pelo analista de competitividade do Sebrae Nacional, Gustavo Reis Melo.