Dez anos atrás, ninguém estranharia um salto de 2000% nas ações de uma das empresas de Eike Batista. Mas muitas águas rolaram desde o auge do “Império X”, quando o empresário alcançou o posto de 7º homem mais rico do mundo e os papéis de suas companhias eram os queridinhos da bolsa de valores. Depois da meteórica derrocada que culminou na prisão do ex-bilionário, as ações que não viraram pó têm sobrevivido com valores baixíssimos e quase nenhuma liquidez. Mas em outubro algo aconteceu. A MMX, o braço de mineração do antigo conglomerado, saltou 1920% no mês. E a OSX, voltada à produção de insumos para a indústria naval, cresceu 153%. O que explica esse movimento?
Nas últimas semanas, Eike Batista saiu das sombras e voltou a mexer em seu tabuleiro. Primeiro, a MMX protocolou na Justiça um pedido para retomar o controle de uma antiga mina que operava e agora está parada. Caso consiga, isso representará um passo importante no processo de retomada da companhia, que encontra-se em recuperação judicial há quatro anos. Foi o suficiente para animar os especuladores, que acabaram puxando a OSX junto, mesmo sem nenhum fato relevante relacionado diretamente a ela. Aliás…
Movendo as peças
Eike Batista ainda está muito enrolado com a Justiça. Dentre outras coisas, está proibido de ocupar assento no conselho de Administração de qualquer empresa e o Supremo Tribunal Federal ainda não homologou sua delação premiada no caso Sergio Cabral (ex-governador do Rio de Janeiro). Mas, de acordo com reportagem publicada pela revista Exame, Eike tem se movimentado, na condição de principal acionista, para alterar a composição dos conselhos da OSX e MMX e colocar pessoas de sua confiança nos assentos principais.
Não vai ser fácil
Na última sexta-feira (9), a Justiça do Rio de Janeiro barrou a convocação de uma assembleia da OSX. “Na decisão da juíza titular da comarca carioca, Maria Christina Berardo Rucker, é necessária cautela diante da abrupta mudança desejada pelos acionistas controladores, que defendem a eleição de três novos membros para o conselho, inclusive com um novo presidente”, afirma reportagem do site Money Times.