A Previdência pública está, essencialmente, quebrada. Em 2019 vimos o rombo chegar a mais de R$ 200 milhões, valor recorde na série histórica. Não à toa, em novembro do mesmo ano uma reforma foi aprovada.
De fato, a pirâmide etária não ajuda a Previdência pública. Em 1980, existiam nove pessoas economicamente ativas para cada idoso. Hoje, este número já está em cinco adultos para cada idoso. Daqui a 40 anos, a projeção é que essa proporção será inferior a dois.
Segundo o IBGE, apenas 1% dos brasileiros consegue manter o seu padrão de vida com sua aposentadoria. E quais são as opções que restam para essas pessoas?
Depois que se aposentam, 46% passam a depender de parentes, 28% dependem de caridade e 25% precisam continuar trabalhando.
Esses dados demonstram que o valor recebido junto ao INSS é insuficiente para manter o padrão de vida na fase da aposentadoria. Isso vale tanto para quem ganha o piso – o valor de um salário mínimo – assim como para quem ganha o teto – hoje está na faixa dos R$ 5 ou R$ 6 mil.
“Esse cenário é ainda mais preocupante, pois os brasileiros não possuem uma cultura de poupança. E o fato de as pessoas olharem para frente e não verem um futuro financeiro gera estresse”, observa Antônio Rocha, co-fundador e CEO na Onze, a primeira Prevtech do Brasil, durante palestra no Finance Conference, evento gratuito realizado pelo portal Administradores e o B2B Stack, maior portal de brasileiro de busca e avaliação de software do Brasil.
O evento traz palestras voltadas a administradores de empresas e de departamento financeiro e vai até esta sexta (11/setembro), com inscrições gratuitas através deste link.
Para ele, com o objetivo de minimizar esse anticlima, as empresas têm um papel como protagonista. “As companhias são as provedoras dos recursos financeiros das pessoas. Além disso, as organizações têm a confiança dos colaboradores a tudo o que se refere à recomendações financeiras”, avalia.
Á frente da Onze, Antonio Rocha vê muito potencial no mercado de Previdência corporativa nos próximos anos. “O medo de não conseguir se aposentar deverá ser o responsável pelo aumento da demanda”, avalia.
Veja agora alguns insights e reflexões compartilhados por ele sobre o tema.
Empresas cuidando do futuro de seus colaboradores
“Hoje já existem 13 milhões de brasileiros com Previdência Privada. O que ainda é um número baixo quando comparado a outros países. Quando falamos em Previdência Privada corporativa, a penetração é ainda mais baixa. Existe uma estimativa de que apenas 8% dos trabalhadores formais tenham uma Previdência Privada. Nos Estados Unidos, essa estimativa é de 52%.
Diante desses dados, é preciso ressaltar que a Previdência Privada corporativa é importante para os colaboradores. Um benefício é o desconto em folha, o que gera uma poupança automática. O outro é que ela possui vários incentivos fiscais para acumulação a longo prazo, com possibilidade de pagar menos imposto de renda no momento do resgate e de ficar isenta de contribuições para quem faz declaração completa.
Também é possível fazer a portabilidade sem custo de transação. Sem falar que ajuda no planejamento sucessório, pois a Previdência não entra em inventários.”
Por que uma empresa deve oferecer Previdência Privada?
“As empresas podem oferecer um plano de Previdência Corporativa sem custo algum para elas. São o que chamamos de ‘planos averbados’ nos quais é oferecido apenas o mecanismo, via desconto em folha, para que o colaborador possa fazer suas contribuições, mas sem gerar custos para a organização.
Já as empresas que querem fazem aportes junto com os seus colaboradores, é preciso saber que este benefício custa tem um custo baixo se compararmos com a percepção de valor dado pelos colaboradores. Isso sem falar na flexibilidade. Vamos comparar com o pagamento do salário. Nele, incidem todos os encargos trabalhistas, já na Previdência isso não acontece. Ela é dedutível de imposto e não pode ser considerada como um benefício adquirido. E se necessário, as contribuições das empresas podem ser pausadas.
A Previdência Corporativa é também um instrumento importantíssimo para a retenção de talentos, pois na medida em que a empresa faz aportes junto com o colaboradores, ela pode criar mecanismos de acesso a esse montante baseados no tempo de permanência na empresa”.
Isso vale para qualquer estrutura de empresa?
“O mecanismo de Previdência Corporativa é voltado hoje para empregados CLT. A opção para os prestadores de serviço PJ é partir para o plano individual. Uma das vantagens da Previdência é que ela pode ser deduzida da base tributável, portanto, a atratividade se torna mais visível para as empresas de Lucro Real.
Isso tem gerado boa oportunidade para as startups, por exemplo, pois muitas estão enquadradas no Lucro Real. Já para quem está no Lucro Presumido, depende da alíquota x lucro real”.
O custo do estresse financeiro
“Especialistas estimam que o estresse financeiro, decorrente de problemas na esfera pessoal, gere perdas na casa do 500 bilhões de dólares por ano. É como um círculo vicioso que se manifesta de diversas maneiras dentro das empresas: menor engajamento, absenteísmo, presenteísmo (perda de foco).
Além disso, está intimamente relacionado à problemas de saúde e psicológicos, o que acaba no turnover. Este é um um problema de grande escala, mas que acaba sendo silencioso”.
Esses foram apenas alguns insights. Se quiser assistir a palestra na íntegra do Antônio Rocha no Finance Conference, faça sua inscrição gratuita no evento.
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