O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou em entrevista coletiva nesta segunda-feira (29) que não sabia do envolvimento de pesquisadores norte-americanos na produção da ButanVac, divulgada na semana passada como candidata a vacina 100% brasileira contra o novo coronavírus, desenvolvida pelo Instituto Butantan.
Após a apresentação do imunizante pelo governo em evento na última sexta (29), a Escola de Medicina Icahn do Instituto Mount Sinai, nos Estados Unidos, informou ao jornal “Folha de S. Paulo” ser responsável pela tecnologia usada na criação da ButanVac, além de já ter iniciado testes clínicos com a fórmula antes mesmo do Butantan, que ainda aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para realizá-los no Brasil.
Questionado hoje por um jornalista, Doria disse que “não sabia” da contribuição norte-americana “simplesmente porque não tinha a informação”. “Mas entendo que a ButanVac é uma vacina nacional. O importante é termos uma vacina, e temos. Se parte dela é tecnologia internacional, isso é uma boa contribuição, isso é positivo”, acrescentou o governador, de acordo com o portal UOL.
Ainda na sexta-feira, o Butantan havia justificado que o uso da tecnologia importada dos EUA “é livre do pagamento de royalties e pode ser feito por qualquer instituição de pesquisa em qualquer parte do mundo”, e que a entidade paulista é totalmente responsável por outras etapas de desenvolvimento da fórmula, como multiplicação, cultivo, conservação, purificação e inativação do vírus.
Após a autorização da Anvisa, a expectativa é que os testes da ButanVac possam começar no próximo mês, envolvendo 1,8 mil voluntários, com fabricação do imunizante prevista para maio e início da vacinação em julho.