Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) como parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa média de desemprego registrada em 2020 atingiu recorde em 19 estados do país e no Distrito Federal, assim como o índice nacional, de 13,5% – o maior de toda a série histórica da Pnad, iniciada em 2012, correspondendo a cerca de 13,4 milhões de brasileiros em busca de emprego.
O levantamento indica que os impactos da crise no mercado de trabalho provocada pela pandemia da Covid-19 no ano passado foram menores no Sul e maiores no Nordeste, com Bahia, Alagoas e Sergipe liderando a relação das unidades federativas que chegaram aos seus níveis mais altos de desemprego. Confira a lista:
Bahia (19,8%)
Alagoas (18,6%)
Sergipe (18,4%)
Rio de Janeiro (17,4%)
Roraima (16,4%)
Maranhão (15,9%)
Amazonas (15,8%)
Rio Grande do Norte (15,8%)
Acre (15,1%)
Distrito Federal (14,8%)
Paraíba (14,6%)
São Paulo (13,9%)
Ceará (13,2%)
Minas Gerais (12,5%)
Goiás (12,4%)
Rondônia (10,4%)
Mato Grosso do Sul (10%)
Mato Grosso (9,7%)
Paraná (9,4%)
Rio Grande do Sul (9,1%)
Assim, apenas sete estados não bateram recorde em suas taxas de desemprego em 2020: Pará (10,4%), Amapá (14,9%), Tocantins (11,6%), Piauí (12,8%), Pernambuco (16,8%), Espírito Santo (12,7%) e Santa Catarina (6,1%).
Taxa de ocupação
Pela primeira vez, conforme constata a pesquisa, menos da metade da população em idade para trabalhar esteve ocupada no Brasil em 2020, totalizando o menor número da série anual: 86,1 milhões de pessoas, uma queda de cerca de 7,3 milhões na comparação com 2019.
O nível nacional de ocupação, de 49,4%, refletiu a queda para abaixo de 50% da população ocupada em 15 estados, a maioria situada nas regiões Norte e Nordeste, com os menores índices assinalados em Alagoas (35,9%), Maranhão (38,1%) e Pernambuco (40,4%).
Um dos fatores apontados como responsáveis pela baixa ocupação no país foi a redução no número de trabalhadores informais: a taxa média de informalidade caiu de 41,1% em 2019 para 38,7% no ano passado, chegando a 39,9 milhões de pessoas ocupadas sem carteira de trabalho. “A queda da informalidade não está relacionada a mais trabalhadores formais no mercado. Está relacionada ao fato de trabalhadores informais terem perdido sua ocupação ao longo do ano. Com menos trabalhadores informais na composição de ocupados, a taxa de informalidade diminui”, esclarece Adriana Beringuy, analista da Pnad Contínua.
Reação no quarto trimestre
Entre outros dados, o estudo observou, do terceiro para o quarto trimestre de 2020, uma queda do desemprego na média nacional – de 14,6% para 13,9% -, reação concentrada, porém, em apenas cinco estados: Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Maranhão e Roraima.
Ainda sobre o último trimestre do ano, constatou-se que mulheres (16,4%), pretos (17,2%) e pardos (15,8%) foram os que apresentaram as maiores taxas de desemprego. Entre os grupos etários, os jovens representam os mais atingidos no período: o índice de desocupação chegou a 42,7% para pessoas de 14 a 17 anos, 29,8% para aquelas de 18 a 24 anos e 13,9% para as de 25 a 39 anos.
O IBGE realiza a Pnad Contínua em 211.344 domicílios de cerca de 3.500 municípios, considerando desempregado o indivíduo que não trabalha mas procurou emprego nos 30 dias anteriores à semana da coleta de dados.