Dados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), entre outras autoridades, estão sendo vendidos na internet após o grande vazamento que expôs 223 milhões de CPFs, 40 milhões de CNPJs e 104 milhões de registros de veículos no Brasil.
As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”, que obteve, por meio da empresa de segurança cibernética Syhunt, uma espécie de catálogo com todas as informações vazadas e colocadas à venda por um hacker na rede. O arquivo divide os dados em 37 categorias, de pacotes mais simples – com nome completo, CPF, gênero, sexo e data de nascimento – aos mais complexos – com informações sobre imóveis, artigos de luxo e cartões de crédito.
Segundo a publicação, o nome de Bolsonaro figura em 20 categorias, incluindo dados de renda e até mesmo fotos de seu rosto. Maia aparece em 15 dessas divisões, e Alcolumbre, em 16. Ricardo Lewandowski é o ministro do STF mais afetado pelo vazamento, com dados expostos em 26 segmentos. O hacker cobra a partir de US$ 500 pelos pacotes, com limite de dez categorias para compra por uma única pessoa.
“Não é possível saber se os criminosos têm as informações ou não mas é muito difícil que não tenham. As amostras foram claramente exportadas por uma ferramenta interna de consulta do hacker”, explicou o fundador da Syhunt, Felipe Daragon, em referência à “amostra grátis” divulgada pelo criminoso na semana passada, com dados relativos a cerca de 40 mil brasileiros.
Não há informações conclusivas sobre a origem do vazamento, considerado o maior roubo de dados do país, mas o presidente do STF, ministro Luiz Fux, pediu providências para investigar o caso, em ofícios enviados na segunda-feira (1º) ao ministro da Justiça, André Mendonça, e ao também ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito que apura ofensas e ameaças aos membros da Corte.