No começo de abril a previsão da situação do país não era positiva, sem perspectivas de retomada da economia, sem previsões precisas para a recuperação, sem informações claras e com decisões controversas. Somado a isto o fato de que o gasto público, para compensar os efeitos causados pela pandemia do novo Coronavírus, aumentou drasticamente e que as contas públicas não estavam em seu melhor momento, o panorama se mostrava bastante complicado para todos.
Segundo diversos economistas está seria uma das piores crises que o Brasil teve que enfrentar, com muitas dificuldades e inconvenientes. Mas, desde maio os números mostrados em diversas estatísticas começaram a apresentar sinais positivos de recuperação: a taxa de desocupação não teve um aumento significativo, aumentou o consumo e a taxa de inadimplência caiu. Se bem que, ao comparar com o mesmo período do ano 2019 o desempenho ainda é negativo, podemos destacar que atualmente estamos um pouco melhor do que estávamos nos primeiros meses desta pandemia e a recuperação será gradual.
No que diz respeito a desocupação, segundo a PNAD Contínua publicada pelo IBGE no segundo trimestre deste ano (abril, maio e junho) a taxa de desocupação chegou a 13,3%, isso significa um aumento de 1,1 p.p. com o trimestre anterior. No primeiro trimestre do 2020 a taxa de desocupação tinha sido de 12,2%, crescido 1,2 p.p. com relação ao último trimestre do ano 2019. A população desocupada, estimada em 12,791 mil pessoas, não exibiu uma variação significativa de um trimestre para o outro.
Fonte: PNAD Contínua – 2° Trimestre 2020
Em relação ao aumento do consumo, a atividade comercial continuou crescendo, mostrou um avanço de 5,2% em julho. No entanto as projeções é que no final do ano se registre uma queda de 7%, devido à grande caída no começo da pandemia. A produção industrial, que é outro item considerado nas previsões econômicas, também mostrou uma grande queda, de 26,6% em abril, e se bem que nos últimos dois meses apresentou um crescimento, se prognostica que ao fechar o ano a queda acumulada ainda seja de 9%. Ambas atividades, Comércio e Indústria, estão tendo uma reativação gradual, porém favorável.
Fonte: Boletim Econômico Serasa Experian – Agosto 2020
No que se refere à inadimplência, segundo o Boletim Econômico Serasa Experian, publicado neste mês, se registrou uma queda da taxa de inadimplência, desde abril, foram quase 2 milhões de brasileiros que conseguiram pagar suas dívidas (65,9 milhões inadimplentes em abril contra 64 milhões ao finalizar julho). Isto significa que as medidas tomadas e o esforço, tanto das instituições financeiras, das empresas como também dos consumidores, estão mitigando os efeitos previstos para esta crise, tornando o panorama um pouco melhor.
Os créditos buscados pelos consumidores
Nos últimos meses, para enfrentar os efeitos desta pandemia, os clientes solicitaram empréstimos para cobrir os faltantes em caixa, no caso de comércios e empresas; e créditos pessoais para poder cobrir os gastos do orçamento familiar. Também se observou uma grande demanda pela possibilidade de renegociar as dívidas, buscando opções baratas para quitar dívidas já assumidas que tinham um valor maior.
Quem não tinha dívidas, mas está sofrendo porque sua economia se complicou com tudo o que está ocorrendo, também opta pelos créditos. Neste caso, uma das opções preferidas é fazer um empréstimo consignado para quem está buscando um empréstimo pessoal com taxas baixas é a melhor solução, sempre que ainda mantenha o vínculo empregatício.
Este tradicional tipo de crédito sempre foi o preferido dos consumidores por suas facilidades e juros baixos. No entanto, hoje em dia existem outras ofertas no mercado de créditos que podem oferecer mais vantagens, entre elas um menor custo.
Os créditos oferecidos pelas fintechs são uma boa alternativa, somente é preciso verificar bem a confiabilidade da empresa antes de fazer qualquer tipo de contrato para evitar surpresas. Também é importante lembrar de uma indicação do Banco Central: nenhuma das instituições de financeiras, autorizadas para realizar operações de crédito devem cobrar antecipadamente por um serviço deste tipo, somente quem está cometendo um fraude realiza esta solicitação.
Além do aumento na demanda dos créditos pessoais no último mês, também foi verificado um aumento da demanda de linhas de créditos voltadas para a compra de veículos e imóveis, como forma de investimento ou como patrimônio. Considerando a reativação gradual da economia, o mercado acredita que esta tendência deve continuar em aumento.
O Indicador de Demanda do Consumidor por Crédito , também da Serasa Experian, indica que julho foi o terceiro mês em que a busca por empréstimos aumento, seja por renovações ou por novos contratos. Os créditos para pessoas físicas aumento 15,6% em julho, apesar de que é um número muito melhor que em abril, que registrou uma queda de 25% na demanda, na comparação interanual os índices ainda mostram uma retração de 3,9% no segmento.
Com o comércio, a indústria e o setor de serviços dando indícios de crescimento depois da paralisação indicam que muitas das medidas tomadas estão gerando resultados positivos. No entanto, ainda não está tudo resolvido, é muito importante conseguir frear o contágio do vírus para evitar retroceder nesse processo de reativação e garantir que o país volte ao patamar pré-pandemia e siga crescendo.
Imagem: Arquivo EBC