O Instituto Gamaleya e o Fundo Soberano da Rússia, responsáveis pelo desenvolvimento da vacina Sputnik V contra a Covid-19, questionaram a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que vetou a importação e o uso do imunizante no Brasil.
Em comunicado divulgado nesta terça-feira (27), as entidades rebateram a análise do órgão regulador brasileiro, que apontou riscos à saúde e lacunas na documentação referente à fórmula. Segundo a nota, contrariamente à avaliação da Anvisa, os vetores adenovirais presentes na composição da Sputnik V não apresentam capacidade de replicação e são inofensivos ao corpo humano, tendo apenas a função de carregar o código genético do novo coronavírus para estimular uma resposta imune do organismo. Além disso, as organizações russas ressaltaram que os técnicos da Anvisa tiveram acesso “a todos os documentos relevantes, bem como aos locais de pesquisa e produção” da vacina.
O comunicado destacou ainda que a segurança e eficácia da Sputnik V foram atestadas por mais de 60 países onde o imunizante teve aplicação autorizada, como Hungria, México e Argentina.
Em pronunciamento por videoconferência, o CEO do fundo russo, Kirill Dmitriev, classificou a situação como “muito estranha” e acusou a Anvisa de “falta de profissionalismo”, chegando a insinuar que houve interferência dos Estados Unidos no caso, aludindo ao fato de as autoridades de saúde norte-americanas terem aconselhado o Brasil a recusar a Sputnik V em relatório do ano passado.
Governadores integrantes do Consórcio Nordeste, que estão entre os responsáveis pelo pedido de importação da vacina analisado pela Anvisa, deverão se reunir com o Fundo Soberano da Rússia nesta quinta-feira (29) para buscar reverter a decisão da agência. Segundo o governador Flávio Dino (PCB-MA), as entidades russas “fornecerão mais relatórios e documentos técnicos para possibilitar a revisão administrativa ou judicial da decisão da Anvisa”.
(com informações de Agência Brasil, UOL, O Estado de S. Paulo e Jovem Pan)