Enfermeiros que atuam nos postos de vacinação contra a Covid-19 no Rio de Janeiro têm percebido uma rejeição, por parte dos pacientes que chegam para se imunizar, à vacina Covishield, desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford (Reino Unido).
Conforme relataram à CNN Brasil, os profissionais constatam que parte do público tenta escolher outro imunizante para receber devido aos efeitos colaterais que a fórmula tem causado em algumas pessoas. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), parceira para a fabricação de doses da Covishield no Brasil, a vacina costuma provocar febre, fadiga e mal-estar em um a cada cinco pacientes.
O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, destacou, porém, que as reações, mais frequentes nos mais jovens e logo após a primeira das duas aplicações, são breves, esperadas e podem ser amenizadas com o uso de remédios comuns – sem que isso comprometa a eficácia da fórmula.
“São eventos transitórios que duram no máximo 48 horas e que se resolvem com analgésicos e antitérmicos comuns, nada de muito especial”, explicou Kfouri, que também trabalhou no desenvolvimento da vacina no Brasil. A própria Fiocruz tem feito recomendações semelhantes em suas redes sociais.
“Em um cenário de pandemia, [melhor] ter um ou dois dias de febre e mal-estar do que ter Covid-19, o benefício [de se vacinar] é muito superior”, argumentou.
A Covishield tem sua aplicação suspensa no Brasil apenas para grávidas e puérperas, após o caso de uma gestante do Rio de Janeiro que faleceu, vítima de uma trombose, dias após receber a primeira dose, em maio. O Ministério da Saúde, que investiga o ocorrido para apurar se há ligação da morte com a vacina, indica que, por ora, mulheres de ambos os grupos só devem ser imunizadas contra a Covid-19 se apresentarem comorbidades – e exclusivamente com doses de CoronaVac ou Pfizer/BioNTech.
(com informações da CNN Brasil)