Nesta terça-feira (16), em reunião virtual da Comissão Externa da Câmara dos Deputados que acompanha as medidas de combate à pandemia da Covid-19 no Brasil, a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, declarou que a suspensão temporária de aplicação da vacina Covishield em quase 20 países europeus, após a manifestação de supostos efeitos adversos graves, deve ser respeitada, mas lembrou que órgãos sanitários internacionais seguem defendendo o uso do imunizante.
“É importantíssimo dizer que faz parte da cautela essa avaliação de todas as vacinas. Nós, na Fiocruz, temos ampla experiência com esse tipo de farmacovigilância e frisamos que tanto a agência europeia EMA quanto a Organização Mundial da Saúde não recomendaram a interrupção da vacinação”, destacou Trindade, de acordo com o jornal “Correio Braziliense”.
Ainda segundo Trindade, 7 milhões dos 17 milhões de vacinados na União Europeia e no Reino Unido receberam doses da Covishield, não havendo indício de risco aumentado para quadros graves como trombose ou embolia pulmonar. “Os eventos relatados são num número menor do que seria observado inclusive em relação à população ou grupos que normalmente têm esses eventos, independentemente da vacinação”, argumentou.
A Fiocruz, que é responsável pela fabricação doméstica da Covishield – desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford -, deve liberar até sexta-feira (19) as primeiras doses produzidas no país; serão 1,08 milhão de vacinas, entregues ao Plano Nacional de Imunização (PNI) do governo federal para distribuição aos estados.