A alegria de finalmente receber a vacina contra a Covid-19 deve mesmo ser comemorada, mas especialistas alertam para uma forma nociva como esse entusiasmo pode ser compartilhado: a postagem, na internet, de uma foto da carteira de vacinação para divulgar o registro da aplicação.
Margareth Kang, advogada do escritório PDK, especializado em proteção de dados pessoais, aconselha aqueles que já receberam a primeira dose do imunizante contra o novo coronavírus a evitar publicar imagens do tipo, já que o documento contém informações particulares que podem ser exploradas por criminosos. Entre esses dados sensíveis, a depender do cartão de vacinação, estão o nome completo do paciente, CPF e seu número de registro no SUS, além do posto de imunização, a fabricante, o lote e as datas das duas aplicações.
“A partir do momento que você tem uma carteirinha sendo colocada ao público, você pode dar a ideia de que terceiros usem isso e falsifiquem essas carteiras de vacinação”, destacou Margareth, em entrevista ao portal R7, lembrando que as informações expostas também podem ser exploradas por golpistas para praticar roubo de identidade, em ações que incluem abertura de contas e pedidos de empréstimo.
A publicação do documento pelo próprio titular, segundo a especialista, serve inclusive para fraudadores atestarem a veracidade de dados confidenciais já vazados na internet: “É muito diferente um dado ter sido vazado por terceiros, de você mesmo colocá-lo à disposição. Quando a própria pessoa divulga, confirma que as informações são verdadeiras, assim os cibercriminosos têm um duplo check”.
Além disso, até mesmo o profissional de saúde responsável pela aplicação corre risco com a divulgação do cartão, que traz seu nome, assinatura e o local onde trabalha.