Autoridades sanitárias da França anunciaram nesta terça-feira (16) a descoberta de uma nova variante do SarS-Cov2, mais difícil de ser identificada por testagens tradicionais.
De acordo com a agência de notícias RTP, a cepa, que infectou oito pacientes de um hospital de Lannion, na região da Bretanha, não foi detectada por meio de testes PCR, mesmo com os enfermos tendo apresentado sintomas severos da Covid-19, como infecções pulmonares graves. Somente um processo mais longo e invasivo, com exames sorológicos e coleta de matéria biológica dos pulmões, constatou a presença do vírus. Os pacientes, que tinham idades avançadas e fatores de comorbidade, morreram após complicações da doença.
“Está em curso uma avaliação para apurar o possível impacto dessas modificações genéticas na incapacidade de reconhecimento por testes virológicos, o que conduz a um subdiagnóstico e que poderá interferir na estratégia de rastreamento atualmente em vigor”, declarou em nota a Direction génerale de la Santé (DGS), órgão sanitário francês.
Pesquisadores do Instituto Pasteur estão encarregados de analisar amostras da linhagem para obter dados sobre transmissibilidade, letalidade e possível resistência às vacinas já desenvolvidas contra o novo coronavírus.
A França vive atualmente uma terceira onda da pandemia, somando mais de 90 mil mortes e enfrentando dificuldades na distribuição de imunizantes para suas diferentes regiões – além da recente suspensão de um deles por supostos efeitos adversos. A expectativa é que o presidente Emmanuel Macron anuncie novas medidas restritivas para o país nos próximos dias.