Expandindo-se por todo o mundo, a variante Ômicron, nova cepa da covid-19 originalmente identificada na África do Sul, já é considerada o vírus com a mais rápida propagação da história, de acordo com o infectologista norte-americano Roby Bhattacharyya.
Médico e pesquisador do Hospital Geral de Massachusetts (EUA), o especialista conduziu um estudo que comparou as velocidades de disseminação da Ômicron e de outra doença altamente contagiosa, o sarampo, concluindo que, em um cenário de ausência de vacinação, em apenas 12 dias um caso de Ômicron contaminaria 216 indivíduos, enquanto o sarampo registraria outras 15 ocorrências.
Segundo o também especialista Anton Erkoreka, a Ômicron é, de fato, o “vírus mais explosivo e de mais rápida difusão de toda a história”, batendo um recorde que pertencia à gripe russa de 1889.
“É uma propagação incrivelmente rápida”, destacou Bhattacharyya, conforme o qual, em um cenário com a maioria dos indivíduos vacinados contra a covid, seriam notificados apenas mais três casos de Ômicron, número similar à propagação do vírus original. Ainda assim, as circunstâncias permanecem preocupantes, de acordo com o infectologista: “nas condições atuais, um modelo simples de crescimento exponencial revelaria 14 milhões de pessoas infectadas com Ômicron a partir de um único caso, em comparação com as 760 mil infectadas com sarampo numa população sem defesas específicas”.
Bhattacharyya salientou, porém, que a ampla imunização tem impedido que a cepa desenvolva um grande número de quadros graves de covid, o que impede que os altos registros de infecção se reflitam em hospitalizações.
(com a agência RTP)