O governo de Israel anunciou neste domingo (25) que está investigando uma possível ligação entre a vacina desenvolvida pelo laboratório norte-americano Pfizer contra a Covid-19 e um pequeno grupo de pessoas que apresentaram casos de inflamação cardíaca após receber o imunizante no país.
Segundo Nachman Ash, coordenador das ações de resposta à pandemia em Israel, um levantamento preliminar identificou dezenas de ocorrências de miocardite entre mais de 5 milhões de vacinados, especialmente depois da segunda dose e com pessoas de até 30 anos.
“O Ministério da Saúde está atualmente examinando se há um excesso de morbidade (incidência da doença) e se isso pode ser atribuído às vacinas”, afirmou Ash, que também ressaltou ser difícil estabelecer uma ligação porque a miocardite pode ser provocada por vários vírus e um número similar de incidentes foi registrado em anos passados.
Contatada pela agência de notícias Reuters, a Pfizer declarou estar ciente sobre a investigação e enfatizou que “não há evidências neste momento para concluir que a miocardite é um risco associado ao uso da vacina da Pfizer-BioNTech contra a Covid-19”. “Os eventos adversos são revisados regular e exaustivamente e não observamos uma incidência maior de miocardite do que seria o esperado na população em geral. Uma relação causal com a vacina não foi estabelecida”, disse a empresa.
Para o diretor da escola de saúde pública da Universidade Ben Gurion de Israel, Nadav Davidovitch, mesmo se comprovada uma correlação entre os casos de miocardite e a vacina da Pfizer, não se justificaria a suspensão da imunização. “É uma situação que deve ser investigada e precisamos esperar por um relatório final, mas em uma análise intermediária parece que o risco de adoecer com Covid-19 é muito maior do que com os eventos adversos da vacina, e o risco de miocardite após a vacina é baixo e temporário”, avaliou.
(com informações de Reuters)