De acordo com levantamento realizado pelo Núcleo de Estudos da Burocracia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que consultou 1.829 profissionais da área de saúde no país, 80% deles afirmaram ter tido algum problema mental desde o início da pandemia do novo coronavírus.
Em sua quarta etapa, a pesquisa, feita em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Rede Covid-19 Humanidades, vem sendo desenvolvida há um ano para acompanhar o impacto emocional da atual crise sanitária em trabalhadores da chamada linha de frente do setor público no Brasil, como médicos, enfermeiros e fisioterapeutas.
“O que a pesquisa mostra é que a situação deles piorou em termos emocionais e da própria saúde. Porque eles estão há um ano na ativa, sem parar, sem licença ou descanso, ao mesmo tempo que as condições materiais deles não melhoraram”, declarou Gabriela Lotta, pesquisadora da FGV e coautora do estudo.
Entre os sentimentos mais citados pelos profissionais, estão medo (87%), ansiedade (67%), cansaço (58%) e tristeza (50%), mas somente 19% desses trabalhadores revelou ter algum tipo de suporte para enfrentar tais problemas. “Eles estão em sofrimento e não têm recebido apoio para lidar com esse sofrimento”, observou Lotta.
Mais de dois terços dos entrevistados (69%) ainda confessaram não se sentir preparados para lidar com a pandemia. “A gente não melhorou em quase nada a preparação dos nossos profissionais, distribuição de equipamentos, treinamento. A gente está colocando os nossos profissionais a risco de morte”, acrescentou a pesquisadora.
(com informações de Agência Brasil e Galileu)