Na última semana, o Paris Saint-German informou que parte do pagamento da contratação do atacante argentino Lionel Messi, válida até 2023, foi realizada com criptomoedas chamadas de “fan tokens”. Além do renomado clube francês, outros times de futebol como o Manchester City, Milan e Barcelona também utilizam a moeda virtual para aumentar as receitas e o engajamento das suas torcidas.
Fan tokens são ativos digitais que possuem sua própria economia, caracterizados pela ausência da promessa de valorização ou de manutenção de seu valor no mercado, podendo variar constantemente. Com a notícia da contratação de Messi, por exemplo, o preço do token do PSG subiu mais de 50%. A criptomoeda, voltada para fãs do futebol, tem como função unir a paixão pelo esporte com a tecnologia.
“O fan token, diferente das criptomoedas tradicionais, é um token de utilidade, em que o titular que está investindo adquire alguns benefícios dentro do clube, como conteúdos e produtos exclusivos, ingressos gratuitos, participação nas decisões do time e sorteios com prêmios, entre outros. Assim, ele atrela o investimento digital ao esporte, tornando os torcedores mais próximos de seu time“, explica Tasso Lago, especialista em criptomoedas e fundador da Financial Move.
Nesse cenário, cada clube gerencia seu próprio token, determinando não somente o valor, como também suas regras de emissão e distribuição. A ideia é que cada um ofereça um serviço personalizado aos seus investidores, escolhendo ainda os benefícios exclusivos que serão garantidos de acordo com o perfil do time. Esses fatores e a forma de engajamento utilizada definem a potencialização e o valor do token, característica que não existe nas moedas virtuais comuns.
Segundo Lago, ainda que o fan token tenha suas particularidades, a ideia para seu surgimento veio das próprias criptomoedas tradicionais. “Dentro das criptomoedas existe um tipo de token de governança, em que o investidor pode votar para que a rede tome determinada decisão, ajudando a escolher o caminho que o projeto vai seguir. Esse pensamento foi incorporado dentro do fan token. O fato de surgirem cada vez mais clubes que utilizam esse ativo faz com que ele apresente uma alta tendência de crescimento no futebol profissional”, avalia o especialista.
A compra do token pode ser feita em uma corretora tradicional da mesma forma que ocorre com as outras moedas digitais. Depois, é preciso realizar a transferência para o aplicativo da Socios.com, empresa europeia responsável por intermediar as relações entre os donos do ativo digital e os usuários, que são os torcedores. Todo lançamento de tokens ocorre em uma parceria dos clubes com a plataforma, e as votações e recompensas são feitas diretamente no aplicativo da empresa.