De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), tradicionalmente medido pela instituição, registrou sua terceira queda consecutiva, recuando 3,2 pontos entre novembro e dezembro e marcando atualmente 78,5, em uma escala de 0 a 200.
Trata-se do pior revés deste ano desde abril (-22 pontos), devendo-se tanto à queda na satisfação dos brasileiros com o presente, representada pela perda de 2,1 pontos no Índice da Situação Atual (ISA), que agora anota 69,7, quanto à menor confiança desses consumidores em relação ao futuro, apontada pelo recuo de 3,7 pontos no Índice de Expectativas (IE), que chegou a 85,6. Ambos são sub-indicadores que integram o ICC.
“Diante de uma segunda onda de Covid-19, fim dos benefícios emergenciais e desemprego elevado, os consumidores, principalmente os de menor poder aquisitivo, sinalizam que continuarão contendo consumo”, avalia a pesquisadora e economista Viviane Seda, da FGV, chamando atenção para a queda mais aguda de confiança na análise por faixa de renda (8,7 pontos), observada nas famílias com menos poder de compra. Seda prevê que o ICC deve seguir caindo nos próximos meses com base em outro dado coletado: na percepção de 97,5% dos brasileiros, está difícil obter emprego no momento.
Preocupa ainda o indicador do ímpeto de gastos com o Natal, que relaciona a proporção entre os consumidores que preveem gastar mais nesta época do que em 2019 e aqueles que acreditam gastar menos; o índice perdeu 24,8 pontos em comparação com o ano passado e passou a registrar 40,7 pontos, o menor nível desde 2007.