“Existem líderes e existem aqueles que lideram. Líderes ocupam posição de poder e de influência. Os que lideram nos inspiram”. Com essa pancada nas duas primeiras linhas de “Comece pelo porquê”, Simon Sinek marca posição e deixa clara a direção pela qual seguiremos nas pouco mais de 250 páginas seguintes, que se tornaram um marco global da área.
Desconstruindo padrões e ancorado em exemplos práticos reais, Sinek prova no livro que liderança não é bem o que nos ensinaram a vida toda. Primeiro: não é sentar na melhor cadeira da empresa e passar o dia dando ordens. Segundo: nem é, necessariamente, ocupar uma cadeira. Terceiro: você não precisa ser um iluminado para aprender a liderar, basta se dedicar. Quarto: quem quiser liderar tem que saber fazer para si as perguntas certas antes de dar qualquer passo.
Acima de qualquer coisa, o primeiro grande mérito de “Comece pelo porquê” é ajudar a derrubar mitos que durante décadas cavaram fossos e ergueram muros entre aqueles que o mundo convencionou reconhecer como “líderes natos” e o restante das pessoas. Um dos exemplos ressaltados por Sinek no livro é o dos irmãos Wilbur e Orville Wright, que com muito menos recursos conseguiram superar Samuel Pierpont Langley e colocar uma máquina para voar no ar dos EUA. E conseguiram isso justamente por, segundo Sinek, terem sido mais capazes de inspirar as pessoas à sua volta. Essa é a grande chave do livro, a propósito.
A primeira pergunta
“Se começarmos com as perguntas erradas, se não compreendermos a causa, então até as respostas certas acabarão nos levando na direção errada, cedo ou tarde”. Quando diz isso, Sinek quer ressaltar que quando queremos compreender algum processo, focamos no método de obtenção de respostas, visando garantir que cheguemos a elas por meio de evidências concretas. Mas nada disso adianta se chegarmos lá fazendo perguntas erradas.
Por isso o “porquê” deve ser sempre o ponto de partida, segundo Sinek. Foi isso que moveu Wozniak e Jobs a revolucionar o mundo com o computador pessoal, Luther King a mobilizar milhares de pessoas em defesa dos direitos civis dos negros e tantos outros exemplos mundo a fora, história a dentro.
É possível que você ainda faça perguntas erradas depois de esclarecer o porquê. Mas as chances de isso acontecer sem tê-lo esclarecido são maiores ainda. E no livro Sinek mostra tanto os perigos disso como ensina a perguntar com mais precisão.
Acertar o passo antes de começar a caminhar
“Os grandes líderes compreendem o valor de fatores que não conseguimos enxergar”. O líder é aquele que vai olhar para o todo e precisa ser capaz de visualizar cada curva e obstáculo no caminho. Um exemplo que Sinek traz no livro é emblemático nesse aspecto. Ele conta que um grupo de executivos americanos foi visitar uma fábrica de carros no Japão e ficou intrigado com o fato de eles não terem na linha de montagem uma etapa de verificação de encaixe de dobradiças das portas dos veículos. Foi quando um deles resolveu perguntar como é que eles conseguiam garantir que estava tudo bem encaixado mesmo, se ninguém estava conferindo. Foi então que um dos japoneses respondeu: “garantimos isso quando projetamos”.
Na maioria das organizações, até mesmo pelo corre-corre diário, a necessidade de fechar as contas imediatas, focamos sempre na busca por soluções de curto prazo, para irmos aparando arestas deixadas pelo plano inicial. Isso funciona em muitos casos. Mas, segundo Sinek, as empresas que realmente faturam alto e crescem são as que alinham os processos desde o começo e, quando percebem que algo está mal, têm consciência de que é consequência de alguma coisa feita errada lá no início.
Enfim, esses são apenas alguns aspectos dessa obra fantástica, que tem ao todo 6 capítulos, que passam por temas como visão, tomada de decisões, relação entre líderes e liderados, execução de estratégias, gestão de conflitos e muito mais.
“Comece pelo porquê” é, definitivamente, uma obra essencial para quem quer liderar e entender que essa não é simplesmente uma tarefa restrita a altos cargos.
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