Em leilão realizado pela 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a área de telefonia móvel da Oi (OIBR3; OIBR4), companhia que passa por processo de recuperação judicial desde 2018, foi arrematada por R$ 16,5 bilhões pelo consórcio formado pelas rivais Claro, Tim (TIMS3) e Telefônica/Vivo (VIVT4).
O resultado representa uma maior concentração no mercado de telefonia móvel do Brasil, sendo a italiana Tim a maior beneficiada pelo negócio: com a incorporação da base da Oi, ela passa a deter de 23% para 32% dos clientes ativos na telefonia móvel do Brasil. A espanhola Vivo vai de 33% para 37% de participação, permanecendo a líder no segmento, e a mexicana Claro registra o menor salto, de 26% para 29%. Os outros 2% são divididos entre as operadoras regionais menores.
Buscando garantir aprovação da compra pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o consórcio dividiu a base da Oi segundo o critério de dominância regional, ou seja, a operadora com menor participação em determinada área fica com os clientes da Oi que lá residem. A Tim já mantinha forte presença nas regiões em que a Oi registrava pouca penetração, como Sul e Sudeste; no Nordeste, onde a Oi lidera em boa parte dos estados, sua participação vinha sendo menos expressiva. Assim, a não ser que se tenha um alto número de migração de usuários, a Tim herdará tal posição.
A arrecadação com os leilões será aplicada no pagamento antecipado de dívidas da Oi. Antes da telefonia móvel, a empresa vendeu, em novembro, suas torres, data centers e parte da rede de fibra ótica por cerca de R$ 1,4 bilhão. Pouco depois, recebeu um desconto de 50% na dívida de R$ 14,3 bilhões devida à União, valor proveniente de quase 200 multas administrativas aplicadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).