Em um estudo recentemente publicado na revista científica Icarus, pesquisadores chineses defendem que lançar foguetes contra eventuais asteroides em rota de colisão com a Terra pode ser um plano eficaz para evitar seu choque com o planeta.
De acordo com cálculos e projeções realizados pelo Centro Nacional de Ciências Espaciais da China, a estratégia de enviar simultaneamente 23 unidades do maior modelo de foguete do país, o Longa Marcha 5, seria suficiente para desviar o rumo de uma rocha espacial de grandes proporções a uma distância de 1,4 vezes o raio da Terra. Segundo os cientistas, “os impactos de asteroides representam uma grande ameaça para toda a vida na Terra”, e uma missão do tipo pode ser crucial para proteger o planeta.
A simulação do estudo se baseia nos dados de Bennu, asteroide tão largo quanto o Empire State Building, famoso arranha-céu de Nova York com 381 metros de altura – dimensão que dá ao corpo celeste um potencial para causar danos regionais ou continentais.
Mas como explicou o professor Gareth Collins, do Imperial College, de Londres, estimativas atuais indicam que mesmo para asteroides de 100 metros de largura, há quase 1% de chance de impacto sobre a Terra nos próximos 100 anos. “Algo em rota de colisão do tamanho de um Bennu é cerca de 10 vezes menos provável”, afirmou Collins.
O método de alterar o rumo de um asteroide, contudo, é reconhecido por trazer riscos menores do que bombardear a rocha com explosivos nucleares, que podem criar fragmentos menores sem modificar sua direção. Entre o final do ano e o início de 2022, a propósito, a Nasa protagonizará a primeira tentativa de mudar o curso de um corpo celeste, enviando uma nave robótica para interceptar dois asteroides próximos do planeta e pousando-a no menor deles para averiguar o quanto sua trajetória se modifica.
(com informações de BBC News e Reuters)