De acordo com a revista “Forbes”, a empresária norte-americana Whitney Wolfe, cofundadora e CEO do aplicativo para relacionamentos Bumble, se tornou, aos 31 anos, a bilionária mais jovem (não herdeira) do mundo, alcançando uma fortuna de US$ 1,5 bilhão após abrir o capital de sua companhia no mês passado.
As informações são da BBC News, segundo a qual, com o feito, Wolfe também passou a ocupar o posto de mulher mais jovem dos Estados Unidos a levar seu negócio para o mercado de ações.
Essa conquista marca um novo capítulo na carreira da executiva, que já havia cofundado outro serviço do gênero, o Tinder, para o qual trabalhava como vice-presidente de marketing até processá-lo por assédio sexual, em 2014, alegando que Justin Mateen, seu ex-chefe e ex-companheiro, a havia insultado e ameaçado por mensagens de texto.
Mesmo com a resolução do caso por meio de acordo extrajudicial, após a suspensão e posterior renúncia de Mateen ao cargo, Wolfe, que relatou ao jornal “The Times” ter sofrido vários ataques de pessoas na internet, chegou a considerar que havia atingido seu fim de carreira com apenas 24 anos.
“Então, acordei uma manhã e pensei: ‘Vou me reconstruir'”, lembrou a empresária. Ao lado do bilionário russo Andrey Andreev, no mesmo ano em que deixou o Tinder ela criou o Bumble, cujo diferencial em relação às outras plataformas do tipo seria que somente as mulheres poderiam dar início às conversas.
Com o tempo, a empresa expandiu seus negócios e passou a oferecer espaço não apenas para a formação de casais, mas novas amizades e contatos profissionais. Atualmente, o Bumble é o segundo aplicativo do segmento mais popular nos EUA, atrás apenas do Tinder, e soma 81 milhões de usuários em 150 países.
O sucesso crescente do negócio garantiu destaque midiático a Wolfe, que se tornou uma personalidade pública engajada em questões relacionadas a direitos humanos e feminismo nos EUA. “Todos os dias nos levantamos de manhã e nos concentramos em construir uma experiência em torno das mulheres, para mulheres”, declarou a executiva.
Apesar de alguns especialistas do mercado criticarem o foco do Bumble no público feminino, o que reduziria sua possibilidade de crescimento entre os homens, a plataforma segue registrando bons resultados, tendo acumulado uma receita de US$ 417 milhões nos primeiros nove meses de 2020, um crescimento expressivo em comparação com o mesmo período de 2019, quando arrecadou US$ 363 milhões.