Diante do quinto aumento consecutivo nos valores de gasolina e diesel, anunciado nesta segunda-feira (1º) pela Petrobras e válido já a partir desta terça (2), os caminhoneiros têm voltado a realizar protestos contra a política de preços praticada pela estatal.
Foram registradas hoje manifestações de profissionais da categoria na rodovia MG-424, em Vespasiano (MG), e na BR-101, em Itaboraí (RJ). Segundo o site Brasil Econômico, o protesto na estrada federal chegou a causar paralisação do trânsito, com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o 35º Batalhão de Polícia Militar (Itaboraí) sendo acionados até o local do ato para a dispersão.
Lideranças influentes do setor, como Wallace Landim, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), têm se articulado para discutir a possibilidade de convocação de uma greve dos caminhoneiros. “Chegamos a um momento crítico onde a categoria dos trabalhadores do transporte não aguenta mais aumentos dos combustíveis, sem que o governo nada faça em nosso favor”, declarou Landim, de acordo com o jornal “O Tempo”.
Também conhecido como Chorão, Landim foi um dos líderes de destaque durante a paralisação do segmento em 2018. Ele afirmou ainda que pretende definir nesta semana, junto aos coordenadores estaduais da Abrava, se uma nova greve deve ser organizada. “Precisamos que o presidente da República dê a devida atenção a esta questão, com medidas efetivas sem mais promessas vazias e sem nenhum cumprimento”, defendeu.
Outra entidade do setor, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCAM), informou aguardar uma reunião com o governo federal após ter enviado ofício ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o tema, na última sexta-feira (26). “Se não tiver negociação com o governo, garanto que em uma semana esse país vai estar parado”, disse o presidente da ABCAM, José da Fonseca Lopes.
A pressão dos caminhoneiros, segundo a coluna Radar Econômico, da revista “Veja”, está maior do que há um mês, quando alguns grupos da categoria tentaram impor uma paralisação reivindicando, além de uma mudança na política de preços dos combustíveis, a revisão do reajuste na tabela de frete mínimo e a aprovação da constitucionalidade desse recurso pelo Supremo Tribunal Federal (STF).