De acordo com levantamento realizado pelo instituto Ipsos, o povo brasileiro é aquele que mais tem sentido solidão durante a pandemia do novo coronavírus.
As informações são da BBC News, segundo a qual a pesquisa, que entrevistou 23 mil pessoas de 28 países entre os dias 23 de dezembro de 2020 e 8 de janeiro deste ano, identificou que 50% dos mil brasileiros consultados confessaram se sentir solitários “muitas vezes”, “frequentemente” ou “sempre”. Trata-se da maior porcentagem entre as populações entrevistadas, seguida pelos turcos (46%), indianos (43%) e sauditas (43%).
Boa parte dos brasileiros (51%) também frisou que esse sentimento aumentou no último semestre, com 21% deles alegando que os efeitos do período, marcado pelo avanço da Covid-19 em número de infecções e vítimas fatais no país, devem ter impacto sobre sua saúde mental no futuro.
“O brasileiro sofreu demais na pandemia. Os números assustadores de contágio e de mortes, um dos piores índices do mundo, e o longo período de quarentena, ajudam a explicar esse sentimento”, declarou o presidente do Ipsos no Brasil, Marcos Callari, em entrevista à BBC News, acrescentando que, além da confusão sobre informações e procedimentos relacionados à pandemia, a população nacional sofreu com o isolamento na época das festas de fim de ano: “O brasileiro é um povo bastante gregário. Gosta de estar com a família no Natal e no Ano-Novo. Como vivemos um período de distanciamento social, muita gente se sentiu sozinha nesse período”.
Ainda de acordo com Callari, o cenário deve se agravar. “Vivemos o pior momento da pandemia. E a tendência é que o sentimento de solidão aumente e, somado a ansiedade e tristeza, isso pode causar problemas sérios de saúde mental no futuro”, avaliou.
O estudo da Ipsos concluiu que os holandeses são o povo menos afetado pela solidão (15%), seguidos pelos japoneses (16%) e poloneses (23%).