Mesmo com a crise econômica instalada em consequência da pandemia no Brasil, e talvez impulsionadas pelo aumento na demanda de digitalização de negócios em diversas áreas, em 2020 foram abertas 35.423 startups e empresas de tecnologia no país, número que representa um aumento de 210% em relação a 2011. Na última década, foram registrados 176.482 novos negócios na área. Esses números fazem parte de um levantamento realizado pela plataforma de inteligência de dados DataHub, que traçou um cenário do mercado nacional de tecnologia.
De acordo com o estudo, nos últimos dez anos houve um aumento nos investimentos para a criação de novos pólos tecnológicos no Brasil, a fim de ampliar a competitividade da indústria no mercado mundial. Desde janeiro de 2011, a região que mais registrou abertura de empresas e startups nesse setor foi o Sudeste, com 107.499 novas instituições. Na sequência, aparecem Sul (29.582), Nordeste (19.626), Centro-Oeste (13.152) e Norte (5.856).
O estado de São Paulo concentrou 75,25% do total de aberturas no período. Só na capital, foram registradas 44.326 novas empresas de tecnologia. Esses números colocam a maior cidade da América Latina como ponto inicial para o crescimento da indústria. Outras cidades que mais tiveram novos negócios no segmento foram Rio de Janeiro (8.783), Curitiba (6.879), Belo Horizonte (5.705) e Brasília (5.464), respectivamente.
A pesquisa também evidencia a geração de emprego promovida pelo setor. Entre janeiro de 2011 e dezembro de 2020, foram criadas mais de 520 mil novas posições com carteira assinada no país, o que demonstra o impacto direto na economia. O Sudeste foi a região que mais registrou novos empregos, com um total de 292.966. Já a região com menos oportunidades no período foi o Norte do país, com 24.661 novas vagas.
“No mundo todo, a indústria da tecnologia cresce a passos largos. Entender como ela vem se desenvolvendo no Brasil nos dá um panorama importante sobre para onde estamos indo. É inegável que a pandemia impactou o setor. Todas as mudanças pelas quais passamos nesse período, pessoas físicas e empresas, intensificou a necessidade de criar soluções para atender às novas demandas do dia a dia. Tivemos uma aceleração na transformação digital e há muito espaço ainda para crescer”, comenta José Renato Raposo, COO da DataHub.
Para o levantamento, foi considerada a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAEs) ativas e ligadas a tecnologia, como por exemplo: desenvolvimento de programas de computador sob encomenda (CNAE 6201500), desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis (CNAE 6202300), desenvolvimento e licenciamento de programas de computador não customizáveis (CNAE 6203100), consultoria em tecnologia da informação (CNAE 6204000) e suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação (CNAE 62091000).