O Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa (IDOR) e o Hospital São Rafael, em Salvador (BA), anunciaram ter identificado por meio de pesquisa científica o primeiro caso de reinfecção pela Covid-19 no Brasil com a variante do vírus originalmente descoberta na África do Sul, a E484K. Publicado de forma preliminar, o estudo aponta que a paciente, uma mulher de 45 anos, apresentou sintomas mais severos com a nova contaminação, registrada em outubro, apesar de não ter necessitado internação.
A mutação, já detectada no Brasil em dezembro, no Rio de Janeiro, preocupa os especialistas por alterar, assim como a cepa encontrada no Reino Unido e espalhada por mais de 30 países, uma região crucial do novo coronavírus, tornando-o potencialmente mais transmissível. Isso porque ela modifica o RDB, importante área do Sars-CoV-2 que, por ser responsável por sua ligação às celulas humanas, é o principal alvo dos anticorpos produzidos pelo organismo e das vacinas desenvolvidas contra a pandemia. Essa mudança genética, então, faz com que a defesa do sistema imunológico perca sua especificidade e eficiência contra o novo RDB, permitindo ao vírus se instalar com maior sucesso.
Há, contudo, evidências científicas de que tais variantes não devem afetar os índices de eficácia de imunizantes já aprovados e aplicados em programas de vacinação pelo mundo, como as fórmulas da Pfizer/BioNTech, Moderna e AstraZeneca.
Em comunicado, o IDOR informou que “segue investigando outros casos suspeitos de reinfecção para continuar monitorando a presença desta e eventuais outras variantes genéticas que possam estar circulando no país”.