Em franca ascensão mundo afora, as criptomoedas devem registrar um rápido crescimento na América Latina nos próximos 12 meses, de acordo com pesquisa da Sherlock Communications.
Particulamente no Brasil, mais de 25% dos entrevistados disseram que esperam comprar moedas digitais no próximo ano – um aumento de 91% em relação aos pouco mais de 13% da população que comprou um ativo do tipo ou token até o momento. Considerando um total estimado de 143 milhões de brasileiros em idade ativa neste ano, o número equivale a 36 milhões de pessoas no país com planos de adquirir criptomoedas.
Segundo o levantamento, que consultou neste mês, de forma online, mais de 1.200 cidadãos na Argentina, Brasil, Colômbia, Chile, México e Peru, a Colômbia é o segundo maior “país cripto” da região, com 22,3% dos indivíduos esperando comprar moeda digital ou token no próximo ano – acima dos 5,2% atuais (um aumento de 208%).
Embora o Brasil tenha as maiores taxas gerais de adoção, a velocidade desse índice é ainda mais alta em outras partes da América Latina. Por exemplo, no Peru, 12% dos entrevistados dizem que comprarão criptomoedas nos próximos 12 meses, em comparação com apenas 1% que já comprou – um salto de 1100%.
Outros dois mercados de rápido crescimento são o México, que deve ter um aumento de 345% na adoção (de 3,8% para 16,9%) e a Argentina, com uma alta de 235% (de 5,5% para 18,4%).
Enquanto isso, 16% dos chilenos planejam comprar moeda digital nos próximos 12 meses (aumento de 208% em relação aos 5,2% atuais).
“Há claramente um grande interesse em criptomoedas”, avalia Patrick O’Neill, sócio-gerente da Sherlock Communications. “No entanto, a pesquisa também revela que os entrevistados também estão lutando com preocupações sobre segurança cibernética em relação a exchanges e tokens, bem como frustração com a disponibilidade de análises independentes e educação sobre essa área emergente de investimento”, acrescenta.
Falta de entendimento sobre como a tecnologia funciona e necessidade de entender melhor como comprar/investir em criptomoedas foram as duas maiores razões apontadas pelos entrevistados sobre os obstáculos que os impedem de colocar seu desejo de comprar ativos digitais em prática. Em todos os cinco países, metade das pessoas consultadas deu uma dessas respostas como um motivo que os impede de comprar criptomoedas nos próximos 12 meses.
A falta de educação financeira sobre criptomoedas também foi apoiada por outra das descobertas surpreendentes do relatório: uma proporção muito alta de entrevistados em todos os países afirmou que “nunca tinham ouvido falar de blockchain” – sendo maior na Argentina, com 89,2% dos entrevistados dizendo que nunca tinham ouvido o termo. No Brasil, esse percentual ficou em 68%.
“A falta de conhecimento do blockchain, que cria a capacidade de trocar valor sem intermediários, usando livros digitais imutáveis que são a base de todas as criptomoedas, sugere que o conhecimento de muitos entrevistados nessa área é bastante superficial”, diz Luiz Hadad, consultor de blockchain da Sherlock Comunicações. “Por mais que este relatório mostre que os latino-americanos acreditam que cripto e web3 terão um papel importante em seus futuros financeiros, também mostra que há uma enorme lacuna educacional que está impedindo a população de dar o primeiro passo e de entrar no espaço cripto”, complementa.