De acordo com levantamentos mensais realizados pela B3, o público feminino representa cerca de 25% do total de investidores pessoas físicas. Apesar do aumento no número geral — hoje, já são mais de 3 milhões de pessoas investindo em renda variável —, a proporção de mulheres permanece inalterada.
Betina Roxo, estrategista-chefe da Rico, acredita que esse cenário pode mudar à medida em que novas autoridades e referências do mercado financeiro consigam dialogar com o público feminino. Em entrevista exclusiva ao podcast Café com ADM, ela apontou algumas razões para essa realidade e falou sobre a mudança do perfil dos investidores brasileiros.
“O mercado financeiro ainda é majoritariamente masculino, então há poucas referências para as mulheres. À medida em que aumenta a quantidade de referências, novas investidoras são atraídas e, uma hora, vamos chegar a um ponto de equilíbrio”, afirma.
Ouça abaixo o episódio 206 do Café com ADM e inscreva-se no nosso canal no Spotify. Confira, em seguida, alguns trechos transcritos da entrevista.
Queda na taxa de juros
“O principal fator para o aumento recente no número de investidores na bolsa é a queda dos juros. Hoje, quem busca rentabilidade precisa ir atrás de outros investimentos além dos títulos públicos.”
Perfil de investidor
“Quando a bolsa está em alta, é muito fácil ter um perfil agressivo. E aí acontece o que aconteceu neste ano, muita gente tomou decisões com nervosismo. Nessas horas, vemos quem estava fora do perfil.”
“Se seus investimentos são coerentes com seu perfil, você passa pelas situações difíceis com paciência em vez de tirar o dinheiro e ter até mais prejuízo. Por isso é importante pensar no perfil de investidor e ter uma carteira coerente com esse perfil.”
Reserva
“Antes de começar a investir, é fundamental ter uma reserva de emergência, que equivale ao custo médio mensal de vida de uma pessoa multiplicado por 6 ou 12.”