O grupo chinês Alibaba, que controla o app de compras AliExpress no Brasil, anunciou um acordo com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) para promover serviços e produtos do país no exterior. O entendimento prevê a cooperação das duas entidades para desenvolver soluções de comércio eletrônico, acelerar a transformação digital de empresas brasileiras e capacitar empreendedores nacionais a explorar ferramentas digitais para vender fora do Brasil.
O memorando de colaboração foi assinado nesta terça-feira (13), em São Paulo (SP), ao longo do primeiro dia da conferência E-Xport Meeting 2022, que acontece em até o dia 16 deste mês.
Segundo o memorando, a Apex ajudará a identificar soluções brasileiras que apresentem maior potencial de conquistar clientes no exterior. O Alibaba deverá facilitar a exposição dessas companhias em canais digitais que permitam o acesso a clientes nos mercados asiático e global.
Juntas, as entidades devem organizar programas de aceleração, em que empresas selecionadas receberão suporte técnico e cursos sobre como usar as plataformas de comércio eletrônico do Alibaba, como o Tmall, marketplace de vendas B2C que permite vender diretamente para consumidores finais na China, e Alibaba.com, plataforma B2B que conecta importadores e exportadores em todo o mundo.
O acordo prevê, ainda, que participantes desses programas tenham direito a subsídios de até 90% para abertura de lojas digitais brasileiras nas plataformas do Alibaba. No marketplace Alibaba.com, por exemplo, os exportadores brasileiros poderão listar seus produtos no “pavilhão virtual brasileiro” e encontrar potenciais importadores em mais de 190 países. Ao todo, 26 milhões de empresas internacionais ativas usam o Alibaba.com para encontrar fornecedores de bens e serviços.
Já na plataforma Tmall, os exportadores brasileiros podem criar lojas online para oferecer seus itens diretamente a mais de 1 bilhão de consumidores domésticos chineses. O acordo visa não apenas capacitar brasileiros sobre como operar uma loja digital nessas plataformas, mas também disseminar conhecimento sobre como funciona o e-commerce chinês, quais as características do consumidor local e como fazer marketing na China. Cursos de capacitação em economia digital serão oferecidos não só para empreendedores, mas também a profissionais brasileiros que atuam com comércio exterior e estudantes de áreas como Relações Internacionais, Marketing e Administração.
Segundo Bill Anaya, diretor de relações governamentais do Alibaba, o Brasil possui muitos produtos de classe mundial, que podem ganhar mercado externo se expostos nos canais adequados. “Sabemos que estes são tempos desafiadores e de grande transformação, por isso estamos muito felizes em colaborar com a talentosa equipe da Apex para abrir novos e mais dinâmicos caminhos digitais para as empresas brasileiras”, destaca Anaya.
Há mais de uma década, a China é o principal parceiro comercial do Brasil e, somente em 2021, o comércio bilateral movimentou US$ 135 bilhões, com forte superávit em favor do Brasil. A China também é o país onde o e-commerce tem o maior percentual de participação em relação ao varejo físico. No total, mais de 50% do varejo chinês está em canais online. No Brasil, esse percentual é de 10%.
“O Grupo Alibaba é um excelente parceiro comercial para o Brasil, não só para a relação com a China, mas com todo o mundo. A gente trabalha com base em resultados e essa parceria mostrou resultados concretos, por isso essa renovação é importante. Estamos muito satisfeitos”, comemora o presidente da ApexBrasil, Augusto Pestana.