O chefe de vacinação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), Marco Cavaleri, confirmou nesta terça-feira (6) ao jornal italiano “Il Messaggero” que há relação entre a Covishield, imunizante desenvolvido pela farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford contra a Covid-19, e os recentes casos de trombose registrados em pessoas vacinadas no continente, incluindo mortes.
“Na minha opinião, podemos falar agora, é claro que existe uma ligação com a vacina”, afirmou Cavaleri, acrescentando que “o que causa essa reação, no entanto, ainda não sabemos”.
De acordo com o colunista Jamil Chade, do portal UOL, a EMA deve realizar, a partir de hoje, uma série de reuniões para discutir a questão, e novos pronunciamentos da entidade estão previstos.
Em março, diversos países europeus, como Alemanha, França, Itália e Espanha, chegaram a determinar a suspensão do uso da Covishield em seus programas de imunização após surgirem relatos de quadros raros e graves de formação de coágulos sanguíneos em cidadãos que receberam doses da vacina.
Após investigações, a EMA informou que os efeitos adversos afetaram cerca de 30 dos mais de 20 milhões de europeus já imunizados pela fórmula, insistindo que seus benefícios superam os riscos e defendendo a continuidade de sua aplicação – mesmo posicionamento adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o caso.
Ainda no mês passado, a EMA definiu que os profissionais de saúde e a população passariam a ser alertados e instruídos sobre como lidar rapidamente com eventuais efeitos adversos.
As doses da Covishield importadas pelo governo brasileiro, segundo Jamil Chade, não vêm das mesmas fontes de abastecimento da Europa, sendo oriundas de fábricas da Índia e da Coreia do Sul.