A bolsa de valores brasileira (B3) amanheceu repercutindo o anúncio do presidente Jair Bolsonaro na última sexta-feira (19), sobre a substituição do atual presidente-executivo da Petrobras, Roberto Castello Branco, pelo general Joaquim Silva e Luna, ex-ministro da Defesa e atual diretor-geral da Itaipu Binacional.
Operando em forte baixa nesta segunda-feira (22), a B3 vê despencarem as ações ordinárias e preferenciais da companhia petrolífera (PETR3; PETR4), que registraram em torno das 11h10, respectivamente, quedas de 21,03%, a R$ 21,40, e 21,33%, a R$ 21,50.
Segundo o portal InfoMoney, a percepção de risco para os papéis da Petrobras, que já vinha alta devido às recentes críticas de Bolsonaro a Castello Branco e medidas como o reajuste de combustíveis, cresceu ainda mais após a interferência do presidente no comando da empresa, com várias casas de análise reduzindo sua recomendação para os ativos desta.
Instituições financeiras como Credit Suisse, Bank of America, BTG Pactual e XP Investimentos têm indicado saída ou menor exposição não apenas às ações da Petrobras, mas àquelas de outras estatais brasileiras, sob temores de novas medidas de intervenção governamental. Em meio a esse cenário, hoje também se observa desvalorização de cerca de 10% nos papéis do Banco do Brasil (BBAS3) e da Eletrobras (ELET3; ELET6).
Um levantamento realizado pela Economatica e divulgado pelo G1 informa que a Petrobras já perdeu mais de R$ 75 bilhões em valor de mercado nesta manhã, após R$ 28 bilhões subtraídos ainda na sexta-feira. A troca na presidência da empresa só será concretizada, porém, após aprovação do Conselho de Administração da Petrobras, que deve se reunir nesta terça (23).