O principal erro que vemos no gerenciamento de redes sociais é a confusão entre presença digital e marketing digital. É bastante comum vermos até mesmo no gerenciamento profissional, empresas que marcam presença atuante nos canais digitais, mas não assumem a “ativação”. A razão é simples, a ativação demanda mais investimento, capital intelectual, planejamento, estratégia e interatividade.
Ter uma agenda variada de postagens, um crescimento de likes consistente, um cronograma de publicações, em si, não é suficiente para atingir os objetivos de uma campanha que é a conversão, a venda. Devido às próprias limitações impostas pelo Facebook, uma postagem convencional não incentivada vai chegar a no máximo 3% a 4% da base de seguidores em uma fanpage, diferente de uma postagem no perfil pessoal, onde há uma taxa de curtidas e comentários muito maior.
As razões disso são diversas e envolvem fatores como: diferença na ação dos algoritmos do Facebook na classificação da importância entre uma postagem de perfil e de fanpage; e qualidade dos seguidores (no perfil, a tendência é que eles tenham maior afinidade de gostos e proximidade do interlocutor).
No entanto, para efeitos de marketing digital, o perfil pessoal – aquele resumido a 5 mil amigos – e a fanpage podem coexistir e em cada um deles praticar uma estratégia distinta; o que é importante saber é que a fanpage é para Pessoas Jurídicas e o perfil é para parentes e amigos, não necessariamente clientes. Isso vale para o Instagram também.
A fanpage demanda opinião, planejamento de conteúdo com mensagens que despertem interesse sobre o produto ou serviço, vídeos, hashtags e links para um destino que favoreça a conversão. Já a estratégia de alcance deve ter planejamento meticuloso no que tange ao perfil do cliente potencial que se quer atingir.
O Instagram demanda feeling ao planejar o crescimento com competência, clareza, beleza e profissionalismo e é a chave que vai garantir primeiro uma boa aderência da marca e depois o aumento gradual das conversões.
Se você já vem fazendo isso com seus canais sociais, parabéns! Você tem conquistado PRESENÇA DIGITAL, que não é pouco, mas quase uma obrigação da empresa ter a chance de ser encontrada nos meios digitais, assim como ter um site de qualidade, sobretudo depois da pandemia, onde muito da busca por produtos e serviços convergiram para o universo digital.
Agora, MARKETING DIGITAL é outra atuação. Partamos da premissa de que a empresa já tem os canais digitais criados e alimentados com um conteúdo planejado. E esses canais digitais são diversificados e alinhados com as estratégias comerciais da empresa. Facebook, Instagram, Google Meu Negócio, blog, Twitter, Linkedin, Youtube, Pinterest, Tik Tok, Kwai… Já sei, apareceram canais que você nem conhece. Sim, o universo digital é um céu com inúmeras galáxias e surgem estrelas que movimentam plateias descomunais e alinhadas com seus negócios, e você nem sabe.
A primeira coisa a ser feita no marketing digital é escolher os canais que são importantes para o business. Alguns são obrigatórios como site e Google Meu Negócio. Se seu negócio não tem um site para ser ranqueado pelo Google, que possa hospedar um blog, centralizar canais de contato e nem o Google Meu Negócio – que movimenta as buscas regionalmente -, considere-se invisível digital. Caso contrário, se você os tem, centralize-os como destino das wuas campanhas. Todo bom post deve ter um link para alimentar os que se interessam pelo serviço ou produto.
O passo 2 supõe definir um público-alvo. Tecnicamente chamamos de personas, saber com o maior grau de precisão quem é seu potencial público consumidor. É uma parte que requer raciocínio e saber acertar o alvo.
No passo 3 define-se o orçamento que será investido. Como todo projeto de marketing, destina-se um percentual de seu orçamento a ser investido nas ações; no caso do marketing digital, calcula-se o tamanho do público que se deseja impactar e as verbas são distribuídas em plataformas que dão alcance às publicações, alinhadas com os filtros definidos de personas, geolocalização, interesses etc.
No passo 4 mensuram-se os resultados, aferem-se os canais com melhor ROI e retoma-se o ciclo de planejamento.
A partir do momento em que o marketing digital essencial está performando bem, é possível ampliar para ações igualmente eficazes, porém de médio e longo prazo, como o SEO, marketing de conteúdo, inbound marketing, canais alternativos e remarketing, entre outras. Aí sim estaremos falando de marketing digital e não apenas de presença digital.
*Osmar Lazarini é CEO da Agência Trampo, gestor de mídias digitais e estrategista digital com ênfase em alcance e audiência para pequenas e médias empresas.