O “Diário Oficial da União” (DOU) desta terça-feira (30) oficializou a reforma ministerial que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizou nesta segunda, publicando trocas em seis das 22 pastas: Casa Civil da Presidência da República, Ministério da Defesa, Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Justiça e Segurança Pública, Secretaria de Governo e Advocacia-Geral da União (AGU).
Na Casa Civil, sai o general Walter Braga Netto, que assume o Ministério da Defesa com a demissão do general Fernando Azevedo e Silva, e entra o general Luiz Eduardo Ramos, que deixa a Secretaria de Governo para a deputada federal Flávia Arruda (PL-DF) – integrante do bloco de parlamentares do Centrão, base de apoio do governo no Congresso.
Com a queda do chanceler Ernesto Araújo, o também embaixador Carlos Alberto França, que trabalhava na assessoria especial do presidente, se torna o novo ministro das Relações Exteriores. Já André Mendonça deixa o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que passa a ser comandado pelo delegado da Policia Federal Anderson Torres, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, e volta a assumir a AGU após a demissão de José Levi, procurador da Fazenda Nacional.
De uma amplitude surpreendente, a reforma ocorre em meio à pressão política sobre Bolsonaro por parte do Centrão. Há menos de uma semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), cobrou do governo mudanças na gestão da crise provocada pela pandemia da Covid-19, fazendo ameaças indiretas sobre a possível instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) e processo de impeachment contra Bolsonaro.