O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, pediu demissão do cargo na manhã desta segunda-feira (29), segundo o jornal “O Globo”. Fontes ligadas ao governo federal afirmam que o chanceler deve se reunir com o presidente Jair Bolsonaro às 17h, mas já lhe apresentou o pedido para deixar o posto.
A saída de Araújo ocorre em meio a uma crescente pressão por parte do Congresso Nacional, incluindo os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sobre a atuação do ministro na pasta, considerada por parlamentares como prejudicial ao Brasil e responsável por isolar o país no panorama internacional, graças à sua postura ultraconservadora, vinculada à chamada “ala ideológica” do bolsonarismo.
Atritos políticos e diplomáticos do chanceler com a China, importante parceiro comercial e principal destino das exportações brasileiras, teriam sido a causa de recentes atrasos na obtenção de insumos para a produção de vacinas contra a Covid-19.
Neste domingo (28), Araújo aprofundou a crise com o Congresso, após publicar em seu perfil no Twitter que a atual pressão dos parlamentares não se deve a problemas com imunizantes, mas a interesses relacionados à participação dos chineses no mercado nacional de tecnologia 5G.
Caso seja oficialmente confirmada, a demissão do chanceler será a 14ª queda de um ministro durante os pouco mais de dois anos do governo Bolsonaro. Entre os nomes cotados para substituí-lo, estão os diplomatas Nestor Forster, que trabalha na embaixada brasileira nos EUA, e Luis Fernando Serra, atuante na França.