De acordo com o portal de notícias Axios, já são 15 as redes sociais e serviços digitais de comunicação que anunciaram a suspensão ou restrição de acesso dos perfis oficiais de Donald Trump, assim como medidas para limitar a atividade de grupos de apoiadores radicais do presidente norte-americano na internet.
As ações constituem uma reação das grandes companhias do segmento aos eventos da última quarta-feira, quando militantes extremistas, inflamados por alegações (até o momento, infundadas) de Trump sobre fraude na eleição presidencial de novembro, invadiram o Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos, em Washington, onde ocorria uma sessão parlamentar de certificação de Joe Biden, concorrente do atual presidente no pleito, como novo governante do país. O confronto entre os vândalos e as forças de segurança do local resultaram em cinco mortes.
Além de tentar impedir seu uso para a difusão de novas declarações falsas por parte de Trump em meio a um período de alta tensão política nos EUA, as plataformas buscam inibir ou dificultar a articulação dos radicais favoráveis a ele para planejar ataques similares ao da semana passada. Especula-se que um deles possa acontecer no próximo dia 20, quando Biden e Kamala Harris tomarão posse, respectivamente, como novos presidente e vice-presidente do país – em um tradicional evento de transição do qual Trump já anunciou que não irá participar.
Confira abaixo a lista completa dessas empresas:
Rede social mais utilizada por Trump, o Twitter suspendeu permanentemente sua conta oficial, alegando “risco de mais incitação à violência” por parte do presidente, segundo comunicado da companhia. A plataforma já havia removido postagens de Trump cujo conteúdo reproduzia acusações infundadas sobre a legitimidade da eleição e elogiava seus apoiadores extremistas.
Facebook e Instagram
Em nota oficial, o Facebook anunciou ter banido Trump de seus serviços, incluindo o Instagram, por pelo menos as próximas duas semanas, “até que a transição pacífica de poder esteja concluída”. “Acreditamos que os riscos de permitir que o presidente continue usando nossa plataforma durante este período é simplesmente grande demais”, disse o CEO Mark Zuckerberg.
Google, Apple e Amazon
O Google Play removeu o Parler, rede social especialmente utilizada por conservadores e extremistas de direita partidários de Trump, acusando a plataforma de não manter políticas de moderação rígidas contra publicações de usuários que incentivam a violência. Sob alegações semelhantes, incluindo o uso do Parler para planejar e coordenar a invasão ao Capitólio, Apple e Amazon também suspenderam a rede de suas lojas de aplicativos e serviços de hospedagem. Até que a plataforma apresente um novo plano de moderação, permanecerá indisponível por meio das ferramentas das big techs.
YouTube
Após remover o vídeo em que Donald Trump comenta a invasão ao Capitólio sem condená-la totalmente, o YouTube revelou ao Axios estar atento a novas postagens com falsas informações referentes ao caso de fraude eleitoral defendido pelo presidente. Qualquer canal que publique vídeos com esse tipo de conteúdo será punido pelo sistema de strikes, penalidades que restringem temporariamente sua atuação na rede social; aqueles que receberem três strikes em 90 dias serão desativados permanentemente.
TikTok
O aplicativo de origem chinesa decidiu remover vídeos dos discursos de Trump publicados por seus usuários, explicando que violam sua política de uso, além de reduzir a visibilidade de hashtags utilizadas pelos radicais favoráveis ao presidente em referência à invasão ao Capitólio. “Comportamento odioso e violência não têm lugar no TikTok”, declarou um porta-voz da empresa.
Snapchat
A companhia baniu a conta oficial de Donald Trump em sua rede por acreditar que o perfil “promove e espalha ódio e incita violência”.
A plataforma de fóruns determinou o fechamento do subgrupo dedicado a Donald Trump, considerado uma das maiores comunidades de apoio ao presidente na rede, com mais de 50 mil membros. Ao Axios, o Reddit declarou que suas políticas “proíbem conteúdo que promova ódio ou encoraje, glorifique, incite ou convoque à violência contra grupos de pessoas ou indivíduos.”
Twitch
O serviço de streaming desativou o canal oficial de Trump por tempo indeterminado. “Dadas as atuais circunstâncias extraordinárias e a retórica incendiária do presidente, acreditamos que esse é um passo necessário para proteger nossa comunidade e evitar que o Twitch seja usado para incitar mais violência”, disse a plataforma ao Axios.
A rede de compartilhamento de imagens não dispõe de um perfil oficial para Donald Trump, mas tem restringido a utilização de hashtags vinculadas ao presidente, como aquelas que questionam a eleição de Joe Biden, monitorando e removendo conteúdos com “desinformação e teorias conspiratórias que possam incitar violência.”
Discord
O aplicativo de mensagens via texto e áudio anunciou ter desativado o servidor especificamente dedicado a Trump devido à sua “conexão aberta a um fórum online usado para incitar violência e planejar uma insurreição armada nos Estados Unidos”, em referência à comunidade virtual TheDonald.Win.
Shopify
A rede de comércio eletrônico Shopify derrubou permanentemente duas lojas online ligadas a Trump, incluindo o site de merchandising de sua campanha política, pelas ações recentes do presidente terem violado seus termos de uso, que proíbem “a promoção ou apoio a organizações, plataformas ou pessoas que ameacem ou tolerem violência para promover uma causa”, conforme explicou a companhia ao jornal “Financial Times”.
Stripe
A plataforma de transações online informou que não mais processará pagamentos à campanha política de Trump.