O preconceito e a discriminação são problemas de marcada presença na sociedade brasileira, e mesmo no mercado de trabalho muitos profissionais enfrentam casos de exclusão e perseguição.
Uma pesquisa realizada em setembro pela empresa de tecnologia para recrutamento InfoJobs com 612 pessoas, entre homens e mulheres, de 17 a 60 anos, que se consideram parte de grupos que sofrem distinção, apontou que 48,7% dos respondentes já sofreram algum tipo de preconceito e discriminação durante o processo seletivo.
De acordo com o levantamento, mais da metade (56,9%) dos entrevistados afirmaram que trabalham ou já trabalharam em empresas que colocam a diversidade como um pilar das contratações. Em um outro tópico, os respondentes foram questionados se, na percepção deles, a preocupação com inclusão e diversidade é algo legítimo para as contratantes: para 47%, a atenção ao tema inclusão é apenas um discurso de marketing, enquanto 40% acredita que seja isso, alinhado ao DNA das empresas.
Perguntado aos entrevistados por qual distinção eles passam ou passaram em um processo seletivo, 31,7% responderam que se enquadram na discriminação étnica ou racial. Já 19,3% se consideram parte do grupo que sofre com o preconceito social. 14,1% responderam que são alvo de discriminação por LGBTQIA+fobia; 12,3%, pela religião seguida; 8,2%, por serem portadores de alguma deficiência; 5,4%, por gênero e 9% preferiram não responder. O levantamento ainda questionou aos participantes qual diversidade eles consideram ser mais contemplada dentro das empresas: 25% destacaram a inclusão de diferentes idades, seguida por raça e etnia, com 19% das respostas, e pessoas com deficiências, com 18% dos votos.
Abordando especificamente a diversidade em relação à questão de gênero e orientação sexual, 71% acreditam que o atual cenário é mediano ou pouco inclusivo nas organizações. Já para a diversidade em relação à raça e etnia, 66% acreditam que o atual cenário também é mediano ou pouco inclusivo.
Perguntados sobre o que falta para os processos seletivos e empresas serem mais inclusivas, 50,2% acreditam que seja necessário que as organizações reconheçam que questões físicas e biológicas não determinam a capacidade profissional a fim de serem, de fato, inclusivas, enquanto 24,7% apontam que é preciso romper preconceitos internos e sociais.
Outro ponto importante da pesquisa é a questão da tecnologia utilizada a favor do recrutamento. Para 88,9% dos entrevistados, os avanços tecnológicos podem auxiliar na promoção de processos seletivos mais inclusivos e livres de vieses inconscientes.