Cultura organizacional é o conjunto de costumes, hábitos, comportamentos, crenças e valores que toda empresa precisa criar e trabalhar para que seja mantido, atualizado e seguido por todos os seus colaboradores, seja qual for o cargo ou tempo de trabalho.
Apesar de a definição estar correta nas explicações formais, para os empreendedores a cultura organizacional nada mais é, na realidade, como as coisas acontecem diariamente na empresa, muito além do que está escrito em normas ou procedimentos. Entretanto, para que isso aconteça, é preciso que exista essa base fundamental, que, se ignorada no momento de criação de um empreendimento, pode trazer resultados nada satisfatórios, tanto financeiramente, quanto em relação à gestão. Afinal, formar e manter uma cultura forte é fator fundamental para que as pessoas que fazem parte da empresa compartilhem da missão e dos valores propostos para o sucesso do negócio.
“Em um negócio sustentável, não apenas os empresários e os líderes devem ter a clara consciência da razão pela qual a empresa existe, mas também toda equipe. E uma das formas mais eficientes para alinhar essa consciência é por meio da cultura organizacional”, aponta Greice Ciarrocchi, especialista em Relações Humanas (RH), liderança humanizada e CEO da CCS Tecnologia e Serviços SA. “Somente essa cultura é capaz de fazer um empreendimento durar. Porém, é preciso lembrar que não existe cultura certa ou errada. O importante é sempre preservar a essência da empresa. Tentar mudá-la totalmente não funciona, entretanto, é possível melhorar, sendo este um processo dinâmico que nunca acaba”, complementa.
Para ajudar os empreendedores a manterem a cultura organizacional de suas empresas de forma fácil, simples e ágil, a expert lista abaixo 3 passos fundamentais:
1) Identificar e reconhecer a essência da organização
Tudo começa identificando os pontos fortes e os diferenciais da empresa. Algumas perguntas que podem ajudar nesta questão são: qual a razão de ser do negócio e o que o difere no mercado? Quais os pontos fortes da empresa e o que fez com que ela chegasse onde está? O que jamais devemos abrir mão? Quais atitudes e comportamentos fazem a diferença na empresa? Ao identificar estas questões, é possível criar estratégias para fortalecê-las ainda mais. Feito isso, é hora de identificar o que precisa ser mudado, quais são as fraquezas da empresa, o que a tem impedido de ir além e quais comportamentos deve abandonar, entre outras questões. “Neste ponto, é necessário muita coragem e, principalmente, humildade dos níveis mais altos da organização, pois, certamente, existem oportunidades em seus comportamentos e atitudes”, explica Ciarrocchi.
2) Participação ativa do CEO e da liderança no processo
O CEO deve ser o embaixador da cultura organizacional e todo o processo de fortalecimento de cultura deve partir dele. Cabe a ele comunicar o que se espera e quais são as atitudes desejadas e, mais do que isso, valorizadas. Por outro lado, também cabe a ele identificar e comunicar atitudes e posturas que não devem mais fazer parte da empresa. “É ele que tem o papel de preservar a essência da empresa e, ao mesmo tempo, promover novos valores e comportamentos, ficando sempre atento às lideranças da organização. Sempre convido os membros da liderança a olharem para si, encorajando-os a se observarem. Para mim, o autoconhecimento e a auto-observação são o caminho que tem nos ajudado muito neste sentido”, salienta a CEO.
3) Deixar claro o motivo da mudança
Hoje, 40% dos negócios atuais não estarão mais entre nós em apenas 10 anos. As empresas precisam estar em constante evolução e as instituições nada mais são do que os colaboradores que trabalham nela. Por isso, em um momento de fortalecimento de cultura, é muito importante reconhecer que a empresa chegou até o tempo atual com tudo o que tinha de pontos fortes e também de pontos de oportunidade. “Mas, para chegar daqui a 10, 20 ou 30 anos, é preciso abandonar aspectos e comportamentos que não irão ajudar a chegar lá. Explicar o porquê da necessidade da mudança é muito importante. Quando as pessoas entendem os motivos, as chances das mudanças acontecerem são maiores e mais efetivas”, conta a empresária.
Vale acrescentar que decisões difíceis precisam ser tomadas. Mesmo depois de ter deixado claros os novos aspectos e os comportamentos que a organização precisa, é natural encontrar resistência. “E se, mesmo expondo os porquês da mudança, treinando e comunicando, ainda existirem comportamentos da liderança desalinhados e que vão contra a nova cultura que está sendo implementada, é necessário, muitas vezes, demitir e tomar atitudes firmes”, finaliza Ciarrocchi.
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