Um estudo da Universidade de Columbia (EUA) descobriu que, por dia, tomamos cerca de 70 decisões – algumas fáceis; como o que comer, o que vestir, qual a melhor rota para dirigir para o trabalho; e outras mais difíceis, como decidir qual carreira seguir, ter um sócio ou não, quando começar um novo negócio. Acontece que muitas vezes nos deparamos com processos de escolhas em que acabamos torcendo para que alguém tome uma decisão por nós — principalmente quando estamos em uma situação desconfortável.
De acordo com Uranio Bonoldi, escritor, palestrante e professor da escola de negócios Dom Cabral, nada melhor do que aprender na prática qual a melhor decisão a tomar – ou seja, vivendo as consequências de cada escolha e, dessa forma, nos tornando cada vez melhores em tomada de decisão.
“É um processo de aprendizagem. Quando fazemos escolhas consistentes e alinhadas com os nossos valores, ganhamos confiança e ficamos mais confortáveis e rápidos ao fazer as próximas. Saber como decidir de maneira inteligente e eficaz é uma das habilidades mais importantes para o sucesso profissional”, afirma. Especialista em tomada de decisão, Bonoldi apresenta três dicas para quem lida com situações difíceis no trabalho:
1) Autoconhecimento
Para o especialista, o processo de tomada de decisão deve começar com uma reflexão sobre as motivações, os sentimentos e as intenções que nos movimentam quando estamos prestes a decidir alguma questão complexa.
“Quando decidimos considerando a própria essência e não o que é externo, ponderando pelo maior número de pessoas atingidas positivamente pela nossa escolha, maior será a chance de êxito e realização. No que eu realmente acredito? O que estou disposto a fazer para alcançar meu objetivo? Seguindo por esta escolha estarei beneficiando o maior número de pessoas possível ou só a mim? São algumas das perguntas que devemos responder. É imprescindível que nossas decisões estejam atreladas aos nossos valores”, aconselha Bonoldi.
2) Neutralize as emoções
É preciso se distanciar dos sentimentos para ter mais clareza, levando as ideias ao uso da razão. Reflita deixando de lado a raiva, o medo e outras emoções que possam prejudicar o raciocínio — isso exige um certo tempo.
“Nessas horas, use o relógio como seu aliado. Esfrie a cabeça, mas sem postergar uma decisão importante. Fazer anotações é uma boa forma de levar a situação para o lado racional. Os impulsos emocionais são grandes vilões nesse momento, eles nos levam para escolhas arriscadas, que podem trazer maus resultados para os envolvidos”, ressalta o especialista.
3) Tenha uma base forte
No Decisões de Alto Impacto, Bonoldi desenvolve uma metodologia própria onde divide as escolhas em base fraca e base forte. A primeira é aquela que tem como objetivo unicamente atender a interesses pessoais e despreza as necessidades e os desejos das outras pessoas, da organização para qual a pessoa trabalha ou da comunidade sobre a qual a empresa projeta impacto. Já o propósito na base forte é uma decisão tomada para atender um conjunto abrangente de pessoas.
“Os resultados de uma decisão tomada levando em conta esses princípios se estenderão no longo prazo, impactando um número grande de stakeholders, e, como a orientação se dá por valores da consciência humana, como valores, virtudes e sabedoria, seus efeitos têm mais chance de serem benéficos e sustentáveis”, finaliza.