Como fazer mais com menos? Este é um questionamento que tem sido frequente nas rodas de conversa dos empreendedores com o momento em que o ecossistema de inovação vive. Segundo informações divulgadas em julho pela plataforma Distrito, o investimento em startups caiu 44% no primeiro semestre de 2022 em comparação ao mesmo período do ano passado. Entre os motivos que explicam a queda encontram-se a inflação, a alta dos juros e a crise política global.
De acordo com Daniel Abbud, CEO e fundador da fintech Dryve, uma das respostas para essa pergunta está na gestão de pessoas. “O setor vem de grandes ondas de investimentos, que foram utilizadas na contratação de profissionais com o intuito de desenvolver mais soluções em um menor período de tempo a partir dos aportes recebidos. Mas ao se deparar com uma escassez financeira, a primeira decisão a ser tomada é a demissão, visto que é um movimento natural para alcançar um alívio imediato nas finanças”, analisa.
O executivo recomenda, porém, precaução na adoção dessa estratégia: “A missão, propósito e valores das empresas só podem ser concretizadas diariamente por meio dos colaboradores. Desta maneira, partir direto para o desligamento pode ser um tiro no pé”.
Para auxiliar os empreendedores a continuarem escalando os negócios mesmo com menos recursos, o CEO da Dryve elenca três dicas-chaves:
1) Realinhe as metas
Em contextos de crise é necessário subir a régua. Ou seja, é esperado que diretores, gerentes e demais colaboradores aumentem os níveis de produtividade. “Neste reajuste das metas, o principal objetivo é igualar as despesas com a performance. Isso significa que, se os custos tiveram um crescimento de 20%, é fundamental que o nível de eficiência da equipe siga essa tendência”, exemplifica o executivo.
2) Transforme os colaboradores em donos do negócio
Apenas criar pressão sobre a performance não é o suficiente para impactar positivamente o desempenho organizacional. “É preciso que todo o time esteja bem alinhado com os bastidores da empresa por meio de uma cultura de transparência. Afinal, se a equipe não entende as razões das novas cobranças e ajustes, dificilmente irá comprar a ideia”, pontua Abbud, que sugere abrir o balanço da companhia para desde o estagiário ao executivo.
“Mostrar os números, expectativas e explicar como os salários deles são pagos ajuda a desenvolver uma cultura de dono, já que passam a sentir as reais dores do negócio e a ter uma visão de longo prazo”, explica o CEO da Dryve.
3) Invista em desenvolvimento
Se o profissional estiver disposto a trocar de área, vale a pena realocá-lo e investir em seu desenvolvimento ao invés de demiti-lo, porque temos certeza de que esse colaborador já tem aderência à cultura, propósito e valores do negócio. “Esse fit entre marca e profissional é essencial para o engajamento do time, o que resulta em uma melhor performance”, finaliza Abbud.