Com ou sem crise, a Black Friday se consolidou como um marco no calendário do consumo brasileiro. Este ano, a data deve gerar um volume de vendas de aproximadamente R$ 3,3 bilhões e 35,7% dos consumidores devem gastar mais de R$ 500. Os dados são de pesquisas distintas da NEOTRUST e da Social Miner.
Em relação à conscientização sobre a data, apenas 1,1% dos consumidores não sabem o que é a Black Friday. Entre os que conhecem — quase a totalidade dos entrevistados, 78,9% devem aproveitar as ofertas e descontos, enquanto 18,3% estão em dúvida e apenas 2,8% não esperam gastar nada.
As ofertas de preços competitivos (83,3%) e promoções (73,7%) são os aspectos mais valorizados pelos consumidores, uma vez que a própria data nasceu com essa premissa. Mas outros aspectos também podem ser decisivos para que o cliente decida comprar na loja. Entre eles, se destacam valor do frete (43,2%), facilidade de pagamento (30,1%), facilidade na hora da compra (23,7%) e prazo razoável de entrega (23,6%).
Um dado importante levantado pela pesquisa realizada pela Opinion Box é que os consumidores estão atentos a ofertas enganosas e descontos dados a partir de preços inflados. A “Black Fraude” já não tem vez no Brasil e lojistas que insistirem em promoções desonestas podem perder vendas: 54,4% dos clientes desistiriam de uma compra ao desconfiar que o desconto não é real.
Outros fatores que podem acabar com as oportunidades de vendas incluem valor do frete (51%), falta de opções de cores, tamanhos e modelos de um mesmo produto (49,2%) e baixo ranqueamento em sites de reputação, como o ReclameAqui (47,1%).
Orçamento e tíquete médio
O estudo da NEOTRUST aponta uma leve retração no tíquete médio da Black Friday 2019, com redução de 2% para R$ 615. Segundo a Opinion Box, 35,7% devem gastar mais de R$ 500, enquanto 10,6% desembolsarão entre R$ 201 e R$ 300; 10,5% gastarão entre R$ 401 e R$ 500 e 9,2% manterão os gastos na faixa entre R$ 101 e R$ 200.
Entre os entrevistados, 7% disseram que pretendem gastar de R$ 301 a R$ 400, 1,4% preferem investir no máximo R$ 50 e, o dado mais importante: 20% não estipularam um limite de gastos. Esses consumidores podem ser mais vulneráveis à compra por impulso, o que indica a necessidade de um plano de comunicação, marketing e vendas bem montado.
O público também está antenado com as promoções de esquenta. Do total, 19,1% começam a fazer pesquisas um mês antes da Black Friday e 18,2% buscam por ofertas a partir de 15 dias antes da data. Apenas 4,7% iniciam as buscas na véspera e 7,9% devem comprar no dia.
Assim, é importante que o lojista tenha um processo de vendas bem desenhado para que sua loja consiga capturar consumidores que já estão dentro da base de leads e queiram acelerar sua jornada de compras para aproveitar a data. Hoje, não basta apenas cortar os preços em um período de 24 horas: todos os processos de negócios, desde a aquisição de um estoque mais volumoso até as vendas, devem se organizar meses antes da Black Friday.
Eletrônicos e e-commerce dominam preferência
O principal canal de compra dos consumidores na Black Friday é o comércio eletrônico, com a preferência de 42,2%. Apenas 22,5% devem aproveitar ofertas exclusivamente em lojas físicas. O digital também impacta a maior parte do público: 77,5% fazem pesquisas online, recebem ofertas por e-mail, redes sociais ou aplicativos.
Já os itens de maior preferência entre os consumidores continuam sendo os eletrônicos. A categoria tem 53,8% da preferência, à frente de eletrodomésticos (47,3%) e moda e acessórios (40,7%).